Cuba proíbe cinemas 3D privados e venda particular de artigos importados


Em Havana (Cuba)

  • Alejandro Ernesto/Efe

    Homens conversam na porta de cinema particular em Havana, capital de Cuba. O governo de Raul Castro determinou neste sábado (2) o fechamento de todos os cinemas particulares da ilha, além de estipular um prazo para que lojas de revenda de roupas e produtos importados encerrem suas atividades

    Homens conversam na porta de cinema particular em Havana, capital de Cuba. O governo de Raul Castro determinou neste sábado (2) o fechamento de todos os cinemas particulares da ilha, além de estipular um prazo para que lojas de revenda de roupas e produtos importados encerrem suas atividades

Cuba ordenou neste sábado (2) o fechamento das salas privadas de cinema 3D que proliferaram na ilha no último ano, e estabeleceu um teto para acabar também com os comércios autônomos de venda de roupa e outros artigos importados.

Em uma disposição divulgada hoje, o Conselho de Ministros da ilha ressalta que os cinemas 3D e as salas de jogos de computação "nunca foram autorizados". A comercialização no varejo de artigos importados, entre eles os vários negócios privados de venda de roupa que surgiram no país, é ilegal.

Nos últimos anos, depois que o governo de Raúl Castro ampliar o trabalho privado em 2008, os cinemas 3D, estabelecidos principalmente em Havana, e a venda de roupa, sapatos e acessórios importados, proliferaram com sucesso apesar de não existir licenças específicas para essas atividades.

A nota oficial ordena que "a exibição cinematográfica (inclui as salas de 3D) e os jogos computacionais, cessarão imediatamente em qualquer tipo de atividade por conta própria". Até o momento muitos desses negócios funcionavam com licenças como "operador de equipes de recreação infantil" e outras que permitiam oferecer serviços gastronômicos.

Boa parte do sucesso foi a novidade da introdução no país da tecnologia de projeção 3D, uma opção que ainda não se estendeu às salas cinematográficas estatais, as únicas permitidas pelo governo.

Já os comerciantes de mercadorias importadas tinham operado até agora sob o amparo de licenças de "costureiro" ou "alfaiate" e "produtor vendedor de artigos vários de uso no lar", permissões que a rigor não contemplam a importação desses produtos, apesar da atividade ter sido tolerada nos últimos anos.

"Os trabalhadores se manifestaram pedindo que se conceda um prazo para liquidar os estoques. Com esse propósito foi aprovado excepcionalmente que possam realizá-lo até 31 de dezembro deste ano", precisou a nota do Conselho de Ministros.

A proibição de vender roupa e outros artigos importados foi anunciada já em setembro e desencadeou um evidente mal-estar entre os vários comerciantes autônomos desse incipiente setor, que se queixam que a atividade já é tolerada há mais de dois anos.

O comunicado do Conselho de Ministros de hoje explica que se está desenvolvendo um processo de "notificação" aos que exercem o trabalho por conta própria para explicar as regulações e o alcance da atividade que realizam.

"Estas medidas são correções necessárias para prosseguir ordenando esta forma de gestão, combater a impunidade, exigir o cumprimento da legalidade e proteger aos trabalhadores por conta própria, que em sua imensa maioria cumprem as regulações estabelecidas", apontou o texto.

O documento tentou tranqüilizar os habitantes da ilha de que "não se trata de dar um passo atrás, mas ao contrário, seguiremos avançando decididamente na atualização do modelo econômico cubano".

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