Capriles acusa governo da Venezuela de promover confronto ao prender López

Em Caracas

  • Carlos Garcia Rawlins/Reuters

    Apoiadores de Leopoldo López bloqueiam rua durante protesto contra o presidente Nicolás Maduro

    Apoiadores de Leopoldo López bloqueiam rua durante protesto contra o presidente Nicolás Maduro

Henrique Capriles, líder da oposição venezuelana, acusou nesta quinta-feira (20) o governo de Nicolás Maduro de promover o confronto no país ao prender o dirigente Leopoldo López, acusado de incitar a violência que tomou conta da Venezuela na última semana.

"O governo acredita que prendendo um dirigente político acabam com os problemas do país. Não vai acabar o problema do país, bem acho que pode aprofundar o conflito", declarou Capriles em entrevista coletiva.

Após defender a inocência de López, que está desde terça-feira em uma penitenciária militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, acusado de quatro crimes, entre eles, incêndio e formação de quadrilha, o ex-candidato presidencial considerou um "grave erro político do governo" prender o líder da Vontade Popular.

"Se vocês queriam a paz, a tranquilidade, não era prendendo Leopoldo López", assinalou.

Ontem à noite um tribunal determinou a prisão de López por 45 dias, responsabilizado pessoalmente pelo presidente, Nicolás Maduro, pelos confrontos no término de uma manifestação que no último dia 12 acabou com três mortos como parte de um plano de desestabilização para dar um golpe de Estado.

Enquanto insistia na contenção da violência, uma situação, que disse, só favorece o governo, Capriles também tomou distância dos protestos ou de um setor da oposição que pedem a saída imediata de Maduro do poder.

"'Maduro saia já' pode terminar significando Diosdado venha já", disse, em referência ao presidente do parlamento, o chavista Diosdado Cabello, e às palavras de ordem que muitos manifestantes entoam para reivindicar a saída de Maduro.

E pediu que os protestos tenham "um rumo" para não gerar falsas expectativas na população que depois terminem em frustração.

Capriles reiterou suas críticas ao governo por reprimir os protestos de estudantes que repercutiram em grande parte do país desde o início do mês e por se valer de grupos armados ilegalmente para atacar os manifestantes.

Em sintonia com a postura que adotou desde que uma ala da oposição chamou a população às ruas para protestar contra o governo, Capriles pediu a seus seguidores que não percam o foco da reivindicação, que é exigir do governo uma solução para os problemas cotidianos, como a alta inflação e o desabastecimento.

"Novamente pedimos que não caiam na armadilha da violência. Não percamos o foco", manifestou.

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