Militares russos tomam pontos estratégicos na Crimeia

Em Kiev

As autoridades ucranianas denunciam a tomada em massa de alvos estratégicos na república autônoma da Crimeia por parte de militares russos, incluindo o aeroporto de Simferopol, um posto da Guarda de Fronteiras em Sebastopol e uma base antimísseis das Forças Aéreas da Ucrânia.

"Um grupo de cerca de 300 homens armados e uniformizados como as forças especiais de assalto tentaram tomar à força o destacamento da Guarda Marítima do Serviço de Fronteiras da Ucrânia", revelou às agências locais o chefe desse serviço, Sergei Astajov.

Protestos são reprimidos com violência na Ucrânia
Protestos são reprimidos com violência na Ucrânia

De acordo com a fonte, o chefe do grupo armado explicou aos guardas de fronteiras que tinha recebido ordens do Ministério da Defesa da Rússia para tomar o posto da Guarda Marítima.

IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA NA UCR NIA

As manifestações começaram em novembro, depois que o então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão de não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia, que poderia, no futuro, ter a Ucrânia como um de seus membros.

A questão, no entanto, é mais complexa e tem raízes na história recente do país, nascido após a desintegração da ex-União Soviética.

O país está no meio de uma disputa de forças entre grupos que querem mais proximidade com a União Europeia e outros que têm mais afinidade com a Rússia. Yanukovich foi deposto em fevereiro, e novas eleições foram convocadas.

As atenções agora se viraram para a Crimeia, região autônoma da Ucrânia cuja maioria é alinhada à Rússia, que convocou um referendo sobre sua soberania.

O jornalista ucraniano Grigori Zhigalov, através de sua página no Facebook, relatou que militares russos também tomaram um quartel no aeroporto de Belbek, em Sebastopol.

Por outra parte, uma fonte citada pela agência ucraniana "Unian" assegurou que um grupo de 15 militares russos chegou a uma base antimísseis das Forças Aéreas da Ucrânia e, após render à guarda, entrou em seu território.

Os militares comunicaram ao chefe do destacamento ucraniano que seu objetivo não era confiscar com as armas, mas tomar o controle desse ponto de comando.

Além disso, homens armados com fuzis de assalto rodeiam o aeroporto de Simferopol, capital da república autônoma, enquanto soldados da Frota do Mar Negro russa vigiam o porto marítimo "Crimeia-Cáucaso", que conecta por mar o território ucraniano com a Rússia.

Um navio de desembarque russo da classe "Zubr", capaz de transportar marines e blindados pesados, entrou hoje sem distintivos no porto comercial de Feodosia, onde permanece atracado, segundo a imprensa dessa cidade da Crimeia.

Imigrantes ucranianos em SP acompanham protestos na terra natal

Ontem, sete helicópteros de combate e oito aviões caça violaram o espaço aéreo da Ucrânia, assim como dez veículos blindado da Rússia entraram em Simferopol.

Lutaria se fosse jovem, diz ucraniano de 80 anos em SP

  • Rafael Mansano/UOL

A Guarda de Fronteiras da Ucrânia declarou que seus navios se encontram em estado de alerta de combate para proteger alvos militares ucranianos.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Igor Teniuj, disse hoje que a Rússia enviou 6 mil soldados à península da Crimeia, o que constitui uma violação dos acordos bilaterais. O ministro também informou que militares russos bloqueiam edifícios administrativos e unidades militares.

Já o primeiro-ministro do governo provisório da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, pediu hoje para Rússia retirar seus homens do território da Crimeia.

Pouco antes, o recém-nomeado primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, ajuda para restabelecer a paz e a tranquilidade nessa região ucraniana com maioria de população russoparlantes, ao que Rússia não demorou em responder.

A Duma (câmara baixa) da Rússia também pediu hoje ao presidente do país, Vladmir Putin, que de passos para estabilizar a situação na república autônoma, enquanto a presidente do Senado, Valentina Matvienko, admitiu a possibilidade de enviar um contingente limitado de tropas à Crimeia para proteger a população étnica russa.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos