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Hollande pedirá que Obama e Putin criem coalizão única contra o EI

Em Paris

16/11/2015 15h25

O presidente da França, François Hollande, reivindicou nesta segunda-feira (16) a criação de uma "única coalizão internacional" contra o Estado Islâmico (EI), proposta para a qual se reunirá nos próximos dias com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin.

Em discurso no Palácio de Versalhes perante o parlamento reunido de forma extraordinária em sessão bicameral, Hollande assinalou que seu país pedirá uma reunião "no prazo mais breve" do Conselho de Segurança da ONU para aprovar uma resolução contra o EI.

"Até então, a França intensificará suas operações" na Síria, disse, acrescentando que a incorporação do porta-aviões Charles de Gaulle aos bombardeios, a partir de 18 de novembro, "triplicará nossas capacidades operativas".

Em um discurso repleto de medidas e anúncios, o presidente francês explicou que deu instruções a seu ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, para que peça a seus colegas da UE (União Europeia) que quando um Estado-membro seja agredido "todos os demais" o ajudem.

"A Síria se transformou na maior fábrica de terroristas", declarou em seu discurso, de pouco mais de meia hora de duração.

Hollande considerou "vital" que a Europa acolha os imigrantes que pedem asilo, mas também pediu "controles sistemáticos e coordenados" nas fronteiras da UE e reivindicou a aprovação do arquivo europeu de passageiros aéreos (PNR) antes do final de ano.

 

Destruição do EI

Hollande declarou que o país "não quer conter o Estado Islâmico, mas destrui-lo". O líder francês anunciou uma reforma constitucional de modo a melhorar as medidas para combater o terrorismo e "proteger as liberdades fundamentais".

"Temos que fazer nossa Constituição evoluir para permitir que os poderes públicos atuem, respeitando o Estado de direito, contra o terrorismo de guerra", disse em discurso perante as duas câmaras parlamentares.

A justificativa para a mudança seria pelo motivo de tanto o estado de emergência como o de sítio "não estarem adaptados à (atual) situação", uma "guerra, mas de outro tipo, contra um elemento novo (o terrorismo), o que requer uma reforma constitucional".

A nova proposta busca "dispor de uma ferramenta apropriada para adotar medidas excepcionais durante um período de tempo limitado e sem comprometer as liberdades públicas".

Hollande também apresentou uma série de disposições que endurecem o tratamento jurídico do radicalismo e do terrorismo, a começar pela retirada da nacionalidade de quem tiver dupla cidadania e for condenado por uma série de delitos que atentem contra o Estado ou contra seus valores fundamentais.

Com as alterações, as pessoas com dupla cidadania que representarem risco terrorista serão impedidas de entrar na França e os estrangeiros considerados uma ameaça serão expulsos "mais rapidamente".