Obama se afasta de escândalos e vai tratar sobre drones e Guantánamo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentará desviar a atenção de uma série de escândalos com um discurso, nesta quinta-feira, em que defenderá o uso de aeronaves não-tripuladas norte-americanas no exterior e estabelecerá um caminho para o fechamento da prisão militar na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Depois de quase duas semanas de controvérsias sobre a resposta do governo ao ataque que matou quatro norte-americanos na Líbia, as acusações de fiscalização mais rigorosa da Receita Federal sobre grupos de oposição, e a investigação do governo sobre jornalistas, Obama vai tentar mudar o foco com um discurso que enfatiza seu compromisso com a transparência e o desejo de fechar Guantánamo, uma promessa de anos atrás.
A palestra marcada para 15h (horário de Brasília) na National Defense University, em Washington, destina-se, em parte, a reforçar o apoio de Obama às liberdades civis, após recentes críticas de que seu governo é fechado e rigoroso com os adversários.
O discurso também vai abordar a pressão internacional e interna sobre as políticas de combate ao terrorismo.
A utilização de aeronaves não-tripuladas, chamadas de drones, contra os extremistas aumentou as tensões com países como o Paquistão, e atraiu críticas de ativistas de direitos humanos dentro dos EUA.
O não cumprimento da promessa de campanha de 2008 de fechar a prisão de Guantánamo tem sido destacado por uma greve de fome de mais de 100 detentos, dos quais muitos estão sendo alimentados à força para não morrer.
A Casa Branca, que tem enfrentado dificuldades para responder aos escândalos que dominaram a cobertura da mídia por vários dias, assinalou que Obama vai discutir o "fechamento definitivo" da prisão ao delinear uma estratégia ampla de combate ao terrorismo para enfrentar as ameaças que mudaram desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
"O presidente está considerando uma gama de opções de forma que possamos reduzir a população (de Guantánamo) e avançar para o fechamento final. Algumas opções podemos decidir por conta própria, mas algumas exigirão trabalhar com o Congresso", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, na quarta-feira.
(Reportagem adicional de Steve Holland, Susan Cornwell e Roberta Rampton)