Reino Unido deporta clérigo suspeito de ligação com Bin Laden

William James e Suleiman Al-Khalidi

Em Londres e Amã

  • Sgt Ralph Merry/Royal Air Force/MoD/Crown Copyright/Reuters

    Clérigo muçulmano radical Abu Qatada (à esquerda) se prepara para embarcar em avião rumo a Jordânia

    Clérigo muçulmano radical Abu Qatada (à esquerda) se prepara para embarcar em avião rumo a Jordânia

Um clérigo muçulmano radical, chamado de "braço-direito de Osama Bin Laden na Europa", foi deportado do Reino Unido para a Jordânia neste domingo (7), encerrando anos de esforços do governo britânico para mandá-lo de volta para casa, onde ele é acusado de terrorismo.

Um comboio da polícia pegou o clérigo Abu Qatada em uma prisão de Londres depois da meia-noite e o transportou pelas ruas da capital até um aeroporto militar. Logo depois de chegar à Jordânia ele foi levado a uma corte militar sob forte esquema de segurança.

A batalha judicial para deportar Qatada causou constrangimentos para sucessivos governos britânicos. O premiê atual, David Cameron, se disse "absolutamente feliz" com o fim da história.

"Esse é um tema que faz o meu sangue ferver, que esse homem, que não tem nenhum direito de estar em nosso país, que é uma ameaça ao nosso país, que tenha demorado tanto e tenha sido tão difícil deportá-lo", afirmou Cameron a jornalistas.

O ministro da Jordânia Mohammad al-Momani declarou à Reuters que Qatada terá um julgamento justo, "com o Judiciário jordaniano respeitando os direitos humanos".

O país condenou Qatada, mesmo ausente, por encorajar extremistas que planejaram ataques a bomba em 1999 e 2000. Ele vai voltar a ser julgado por essas acusações.

Apesar de o governo britânico dizer que o clérigo era um risco à segurança nacional, o Judiciário bloqueou a deportação repetidas vezes.

A volta do clérigo foi possível devido a um tratado de extradição adotado entre a Jordânia e o Reino Unido na semana passada, documento que terminou com as preocupações do Judiciário britânico em relação à possibilidade de uso de provas obtidas sob tortura.

Advogados de Qatada afirmaram em maio que ele deixaria voluntariamente o território britânico uma vez que o tratado tivesse sido finalizado.

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