Confrontos deixam nove mortos em pior dia de violência na Ucrânia

Por Pavel Polityuk e Richard Balmforth

KIEV, 18 Fev (Reuters) - A polícia antichoque da Ucrânia avançou nesta terça-feira para o coração do protesto de 12 semanas contra o presidente do país, Viktor Yanukovich, e as forças de segurança fixaram um prazo para que os ativistas terminassem com os distúrbios, após a morte de pelo menos nove manifestantes.

As forças do governo romperam as barricadas perto do estádio do Dynamo de Kiev e se dirigiram para os limites da ocupada Praça da Independência, horas depois de Moscou destinar 2 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia, recursos que a Rússia estava segurando para pressionar o governo ucraniano a tomar uma medida contra os manifestantes pró-Europa.

Uma porta-voz da polícia disse que sete civis e dois policiais morreram nesta terça-feira. O Serviço de Segurança do Estado, num comunicado conjunto com o Ministério do Interior, fixou um prazo até o fim da tarde para os manifestantes terminarem com os distúrbios ou enfrentarão "medidas duras".

O Ministério da Defesa divulgou um outro alerta para que os manifestantes se retirassem do clube de oficiais perto do Parlamento. No entanto, não estava claro se os ultimatos poderiam indicar um ataque iminente contra o centro do acampamento da oposição na Praça da Independência, onde manifestantes têm feito uma vigília pacífica por três meses.

Os protestos contra Yanukovich começaram em novembro depois que ele cedeu à pressão russa e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira do Kremlin.

O envio de 2 bilhões de dólares, parte do pacote acordado, foi visto como um sinal de que os russos acreditam que o governo ucraniano tem um plano para terminar com o protesto e desistiu de atrair a oposição para o governo.

Enquanto manifestantes e a polícia lutavam em Kiev, Moscou classificou a crise como um "resultado direto do consentimento de políticos ocidentais e estruturas europeias, que fecharam os olhos para as ações agressivas de radicais".

Embora o presidente russo, Vladimir Putin, parece ter se saído melhor por agora na luta por influência na Ucrânia, os manifestantes que têm ocupado o centro de Kiev não vão ficar quietos.

Em vez de fortalecer Yanukovich, a ação de Moscou pode aumentar a violência dos protestos, especialmente por parte dos manifestantes que são enfaticamente contra o Kremlin. Milhares incendiaram carros e atiraram pedras nas piores cenas de violência em Kiev em mais de três semanas.

A polícia respondeu com balas de borracha e bombas de gás.

Dentro do Parlamento, o líder da oposição Vitaly Klitschko fez um chamado para que Yanukovich tirasse a polícia das ruas e evitasse mais conflito.

(Reportagem adicional de Elizabeth Piper, em Moscou)

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