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Trump deve declarar emergência com agravamento de crise do coronavírus

18.dez.2019 - O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa para apoiadores em Battle Creek, Michigan - Por Steve Holland e Peter Szekely
18.dez.2019 - O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa para apoiadores em Battle Creek, Michigan Imagem: Por Steve Holland e Peter Szekely

Por Steve Holland

13/03/2020 13h41

Por Steve Holland e Peter Szekely

WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - À medida que o surto de coronavírus afetava profundamente a estrutura da vida pública norte-americana, a expectativa é que o presidente Donald Trump declare emergência nacional nesta sexta-feira para fornecer mais dinheiro para combate a uma pandemia que já matou 41 pessoas nos Estados Unidos.

A declaração de uma emergência nacional --um poder presidencial raramente usado-- habilitaria a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) a auxiliar os governos estaduais e locais e coordenar a resposta do país à crise. Trump realizará uma coletiva de imprensa prevista para as 16h (horário de Brasília).

A medida viria na sequência sem precedentes de paralisações nesta semana, desde eventos esportivos a museus e locais de trabalho, que visa limitar grandes reuniões públicas para ajudar a retardar a disseminação do vírus, que se espalha rapidamente.

O Distrito Escolar Unificado de Los Angeles, com 750 mil estudantes, é o mais recente a anunciar o fechamento, dizendo que interromperia temporariamente as atividades em todas as escolas por duas semanas a partir da segunda-feira para avaliar "um caminho apropriado a seguir".

"Essa é uma decisão difícil, mas necessária, à medida em que tentamos retardar a propagação do vírus", afirmou o superintendente Austin Beutner em comunicado.

San Francisco, San Diego e Washington, D.C. também se juntaram à decisão de fechar escolas. Mas o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, sinalizou que não tinha planos imediatos de fechar as escolas públicas da cidade.

"Eu não quero ver crianças faltando semanas ou meses na escola --é onde muitas crianças fazem suas refeições", disse de Blasio à FOX5 New York.

Mais cedo nesta sexta-feira, Boston reagendou sua maratona anual --a mais prestigiada do mundo-- para setembro por causa do coronavírus. A maioria das ligas esportivas profissionais da América do Norte anunciou, na quinta-feira, a suspensão dos jogos.

Com a emergência nacional devendo ser declarada por Trump, um pacote de ajuda para limitar os danos econômicos do coronavírus fica mais incerto.

Os democratas, que controlam a Câmara dos Deputados, disseram anteriormente que estavam perto de um acordo após negociarem ao longo da noite com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, o representante de Trump na questão.

Mas os republicanos aguardavam a aprovação do presidente e ainda não haviam se comprometido. Sem o apoio deles, a medida poderia ficar parada no Senado.

Mnuchin tem proposto uma variedade de incentivos fiscais, enquanto os democratas da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, vêm pedindo a expansão da rede de segurança para ajudar aqueles que podem perder o trabalho à medida que escolas fechem, arenas esportivas ficam vazias e companhias aéreas cancelam voos.

Em todo o país, compradores vão às lojas para fazerem estoques de alimentos e outros itens essenciais, como papel higiênico, biscoitos, massas e toalhas de papel, já que a preocupação com o coronavírus alimenta o medo de escassez.

No supermercado Trader Joe’s do bairro nova-iorquino de Upper West Side, em Manhattan, a fila para entrar na loja se estendia por um quarteirão depois que os shows na Broadway foram cancelados e grandes empregadores, como a Amazon.com, incentivavam funcionários a trabalhar de casa.