Elogiado, bloco Sargento Pimenta quer trazer Ringo para a folia de 2020
Com cerca de uma hora de atraso e sob um calor passando dos 30 graus, o carioca Sargento Pimenta, que mistura o cancioneiro dos Beatles com ritmos carnavalescos, abriu seu sétimo desfile em São Paulo por volta de 12h. Com quatro bonecões representando o quarteto britânico, o cortejo começou com a cancão cinquentenária "Revolution". "O tema, neste ano, celebra o aniversário da música e traz essa proposta do amor e da revolução, uma fórmula química de eficiência incontestável", disse o músico Leandro Donner, diretor do bloco.
Por volta de 10h30 uma boa dezena de foliões já aguardava o começo da festa ao lado do carro de som, estacionado próximo da esquina da avenida Faria Lima com a rua Coronel Joaquim Ferreira Lobo. Camila Marques, 35 anos, professora de educação física, viajou de Jundiaí para apresentar a folia paulistana ao namorado, José Carlos Silva, 44 anos, eletricista.
"Viemos de trem e metrô para poder beber à vontade. Acho que os blocos de rua de São Paulo estão melhores do que os do Rio de Janeiro, são mais organizados", conta a foliã, que prefere os desfiles do pré e pós Carnaval.
Outra que aderiu ao ziriguidum paulistano foi a arquiteta Gabriela Ayub, 30 anos. "Está maravilhoso! Sempre ia para o Rio ou para Salvador, agora é só aqui." Há três anos, ela afirma que a folia é só em São Paulo e explica que não faltam motivos. "Casei-me no Carnaval de 2017 e teve na cerimônia o bloco Me Lembra que Eu Vou". O marido, Rafael Cardim, 34 anos, economista, também defende que a festa em São Paulo vem superando todas as outras. "É a melhor do país."
A paixão pelos Beatles fez a analista de sistema Joyce Recacho, 34 anos, sair de Barueri (Grande SP) para curtir o bloco Sargento Pimenta. Ela também defende que a cidade não deixa nada a desejar se comparada a outras, mas teme que o crescimento acelerado da folia possa atrapalhar a festa. "Fui ao Baixo Augusta no ano passado e não volto mais, é muito cheio."
Master folião
Mais conhecido pelo reality "MasterChef" (Band), o chef Eric Jacquin também foi conferir a folia roqueira do bloco e parecia bem mais animado do que no programa. "Eu amo o Carnaval, me sinto mais brasileiro do que nunca."
Um público bem variado lotou rapidamente todo o trecho da avenida Faria Lima até a rua Chilon, ponto previsto para a dispersão. Apesar do tema do bloco ser a antológica banda inglesa, a fantasia que dominou a folia foi a de Jenifer do Tinder. Mas não faltaram foliões prestando homenagem ao quarteto de Liverpool.
A política também teve espaço no desfile do Sargento Pimenta. As amigas Ana Carolina, 28 anos, Gabriela Nascimento, 23 anos, e Maria Fernanda, 19 anos, desfilaram com a mensagem "Ele não" estampada nos corpos. "O Carnaval é um ato político, misturar festa e protesto está no nosso sangue", disparou Carolina.
Onde está Paul?
Pouco antes de encerrar o cortejo, por volta de 14h30, depois de muito rock misturado com ritmos de coco, maracatu e outras sonoridades carnavalescas, o diretor do bloco, Leandro Donner, parou a música e perguntou aos foliões: Onde está Paul?
Se engana quem acha que era só brincadeira. À reportagem do UOL, o músico contou que em 2018 tocaram o Carnaval em frente ao hotel onde Paul McCartney estava hospedado no Rio. "Por meio de sua assesoria, ele agradeceu a serenata." E o bloco não perdeu a esperança de ter algum dos integrantes da lendária banda na folia. "Em 2020 para celebrar os 10 anos do bloco vamos tentar trazer Ringo Star."
O Carnaval do Sargento Pimenta encerrou pouco antes das 15h em grande estilo, com as clásicas "Yellow Submarine", um bis de "Sgt Pepper" e "The End". A dispersão teve a participação musical de Rodrigo Maranhão do bloco Bangalafumenga, que desfila logo em seguida.
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