'Não é normal o PGR conversar com o investigado', diz Randolfe sobre Aras
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) afirmou que não considera "adequado" que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tenha mantido conversas com um alvo investigado pela Polícia Federal, o empresário Meyer Nigri.
O UOL revelou na quinta-feira que diálogos entre Nigri e Aras indicam que o procurador-geral tentou barrar uma investigação contra o empresário após ter sido acionado por ele. O pedido de investigação havia sido feito pelo senador Randolfe Rodrigues, chamado de "fulano" por Aras.
Questionado pelo UOL, Randolfe comparou o diálogo às conversas divulgadas na Vaza Jato entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz federal Sergio Moro, na qual combinavam ações de investigação.
É evidente que não me parece ser um procedimento adequado. Assim como não é adequado procuradores conversarem com juízes e combinarem sentença, não é também adequado um procurador conversar com um eventual investigado. Não é normal. Mas vamos deixar as investigações seguirem seu curso. Eu só fico orgulhoso em ser o fulano citado Randolfe Rodrigues, senador (sem partido-AP)
Randolfe afirma que, como os diálogos foram interceptados dentro de uma investigação da PF, vai aguardar as apurações se concluírem. "Isso já é objeto de apuração de investigação. Então agora é deixar a investigação e a Justiça seguirem seu curso", disse.
Em uma rede social, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) também comentou o diálogo revelado pelo UOL.
É o pior PGR da história! Uma eventual recondução seria um tapa na cara dos brasileiros, uma afronta à instituição Ministério Público Federal e uma traição imperdoável à democracia Alessandro Vieira, senador (MDB-SE)
A reportagem procurou a assessoria de Aras para comentar, mas não houve resposta. Na quarta, o advogado de Meyer Nigri, Alberto Toron, negou que o cliente tenha pedido uma interferência de Aras na investigação e disse que o empresário apenas pediu a opinião dele a respeito do caso, que iria tramitar na PGR.
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