STJ afasta segundo servidor suspeito de envolvimento em venda de decisões
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) instaurou um processo administrativo disciplinar na sexta-feira (25) e determinou o afastamento cautelar do segundo servidor suspeito de envolvimento em um esquema de venda de decisões dos gabinetes.
A servidora afastada atuava no gabinete do ministro do STJ Moura Ribeiro. Anteriormente, o STJ já havia afastado um servidor que passou pelos gabinetes das ministras Nancy Andrighi e Isabel Gallotti, além de dois desembargadores de Mato Grosso que atuavam como juízes auxiliares na Corte. O UOL revelou ontem novos detalhes dos diálogos que expõem o esquema de venda de decisões.
Em nota, o tribunal afirmou que tomou a medida para expandir as investigações sobre o esquema. "Até o momento, não há qualquer indício de envolvimento de ministros", disse o STJ. Ainda na nota, o tribunal disse que o processo disciplinar "seguirá as fases de instrução, defesa e relatório, garantindo-se, a um só tempo, os esclarecimentos necessários e a possibilidade do contraditório".
O processo administrativo disciplinar contra essa servidora foi aberto depois que a sindicância identificou indícios do envolvimento dela em um esquema articulado pelo lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, flagrado em diálogos com o advogado Roberto Zampieri. Nas conversas, ele antecipa minuta de decisões e indica ter influência em gabinetes da Corte.
Os diálogos foram obtidos após a apreensão do celular de Roberto Zampieri, assassinado no fim do ano passado em Cuiabá. O material foi compartilhado com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e com a Polícia Federal.
Os indícios de irregularidades já envolveram a atuação dos gabinetes de pelo menos cinco ministros: Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Isabel Gallotti, Og Fernandes e, mais recentemente, Antônio Carlos Ferreira, como revelou ontem o UOL.
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