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Gonet escolhe procuradora que atuou no mensalão para chefiar escola da PGR

O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, definiu nos últimos dias os principais nomes para o primeiro escalão da sua equipe, como o comando da área eleitoral e da ESMPU (Escola Superior do Ministério Público da União). Ele toma posse no cargo em cerimônia nesta segunda-feira (18).

Nas suas primeiras nomeações, Gonet já sinaliza as primeiras diferenças de sua gestão para a do seu antecessor, Augusto Aras. Ao contrário de Aras, que passou a escantear procuradores que atuaram em casos como a Lava Jato, Gonet escolheu nomes que passaram por casos criminais relevantes e até mesmo que integraram a gestão de Rodrigo Janot.

Em suas primeiras conversas com membros do Ministério Público Federal, Gonet tem sinalizado que vai trabalhar para pacificar o clima interno da instituição e que não haverá perseguição a procuradores.

Ainda não houve definição sobre quem conduzirá a área criminal da PGR, uma das mais sensíveis da gestão, responsável pelas investigações contra políticos com foro privilegiado.

O vice-procurador-geral da República será o subprocurador Hindemburgo Chateaubriand, que era Secretário de Cooperação Internacional durante a gestão de Augusto Aras. Hindemburgo também já foi corregedor-geral do Ministério Público Federal.

Anamara Osório, que era a número dois da cooperação internacional, deve assumir o comando dessa secretaria. Passam por ela assuntos como cooperação jurídica para recuperação de valores desviados para o exterior e troca de informações entre países a respeito de investigações.

Mensalão e Lava Jato

Gonet convidou para chefiar a Escola Superior do Ministério Público a procuradora regional Raquel Branquinho. Muito experiente no direito penal, Branquinho atuou nas investigações do mensalão e, durante a gestão de Raquel Dodge, coordenou a área criminal e as investigações da Lava Jato na PGR.

A escola é responsável pelos cursos de formação dos procuradores que ingressam no Ministério Público Federal e por cursos de aperfeiçoamento oferecidos aos profissionais da instituição.

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Na gestão anterior, o então procurador-geral Augusto Aras havia nomeado procuradores com viés bolsonarista para compor a escola, buscando imprimir um direcionamento ideológico à instituição.

Para o posto de vice-procurador-geral eleitoral, responsável pela atuação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gonet deve indicar o subprocurador Alexandre Espinosa. Essa indicação, entretanto, só deve ter o martelo batido nesta segunda-feira, porque a equipe do novo PGR também buscava nomes de mulheres para ocupar os postos do primeiro escalão.

Espinosa tem experiência na atuação regional na área eleitoral. Espinosa havia sido chefe de gabinete de Aras durante seu primeiro mandato. No TSE, caberá a ele conduzir a atuação da PGR nas ações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O chefe de gabinete de Gonet será o procurador regional Carlos Mazzoco. Para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela interlocução com o Congresso Nacional e o Poder Executivo, Gonet convidou o procurador regional Silvio Amorim, que havia atuado nessa mesma área durante a gestão do ex-PGR Rodrigo Janot.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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