PF vai ouvir mais quatro militares sobre plano de golpe de Bolsonaro
Mesmo após ter concluído o inquérito sobre o plano de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal ainda vai tomar o depoimento de mais quatro militares nesta semana a respeito do assunto.
Os interrogatórios devem servir para complementar o encerramento das investigações e também podem resultar em novos indiciamentos.
O primeiro depoimento será do capitão do Exército Lucas Guerellus, um dos militares das Forças Especiais suspeitos de ter participado do monitoramento dos passos do ministro Alexandre de Moraes em Brasília no mês de dezembro. Ele foi intimado para prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (27), na Superintendência da Polícia Federal em Goiânia, cidade onde reside.
Também foi intimado para prestar depoimento na quinta-feira (28) o segundo-tenente da reserva do Exército, Aparecido Andrade Portela. O depoimento ocorrerá em Campo Grande (MS), onde reside.
Em mensagens obtidas pela PF, Portela pergunta ao então ajudante de ordens de Bolsonaro, no fim de 2022, sobre a realização de um "churrasco", que a PF interpretou ser um código para o golpe de Estado. A PF também detectou uma relação direta de Portela com Bolsonaro, incluindo trocas de mensagens e visitas ao Alvorada. O militar da reserva é filiado ao PL de Mato Grosso do Sul e suplente da senadora Tereza Cristina.
Outro militar que prestará depoimento é o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, que foi chefe de gabinete do general Mário Fernandes no Palácio do Planalto. O general trabalhava na Secretaria-Geral da Presidência e redigiu um plano que previa o envenenamento dos presidentes eleitos Lula e Alckmin no fim de 2022.
A PF também intimou o tenente-coronel Rodrigo Bezerra, outro integrante da Força Especial envolvido nos planos de monitoramento de Moraes. Ele foi preso pela PF na semana passada, quando participava de ações de segurança no Rio de Janeiro. Por isso, o depoimento deve ocorrer na Superintendência da PF no Rio.
Sua defesa pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para que ele seja transferido para cumprir a prisão preventiva em Goiânia, por ser o município onde reside.
"Em 19/11/2024, enquanto participava de uma missão no Rio de Janeiro, relacionada à segurança do G20 - Fórum Internacional de Cooperação Econômica, que reúne 19 países e dois blocos regionais (União Europeia e União Africana), o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo foi preso pela Polícia Federal. (...) Diante disso, considerando que a família de Rodrigo reside em Goiânia/GO e ele encontra-se preso preventivamente no Rio de Janeiro, solicita-se, por justiça e direito, a sua imediata transferência para o Comando de Operações Especiais em Goiânia/GO", solicitou o advogado Jeffrey Chiquini.
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