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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Por Garcia, Milton Leite e Nunes convencem Doria a recuar, dizem aliados

João Doria - ISAAC FONTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
João Doria Imagem: ISAAC FONTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

31/03/2022 14h48Atualizada em 31/03/2022 15h11

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Partidos aliados ao PSDB em São Paulo foram determinantes na decisão de João Doria de entregar o cargo a Rodrigo Garcia, afirmam interlocutores do governador do estado. A maior pressão nesse sentido veio do presidente da Câmara Municipal da capital paulista, Milton Leite (União Brasil). O MDB, do prefeito Ricardo Nunes, também participou das articulações.

Eles afirmaram a Doria que o "campo azul" (adversários da centro-esquerda) no estado de São Paulo seria desmantelado sem a candidatura de Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. Segundo esse grupo, representado por Leite e Nunes, haveria uma debandada de apoios da centro-direita em direção à candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ao governo. Também argumentaram que as candidaturas desse grupo aos Legislativos neste ano sofreriam forte abalo.

Segundo apurou a coluna, a conversa entre Leite, um dos principais aliados do governador, e Doria foi tensa. Na visão dos aliados do governador de fora do PSDB, a eventual permanência dele no cargo inviabilizaria apoios a Garcia, especialmente no interior paulista, onde Tarcísio começou a ganhar a simpatia de prefeitos. No PSDB-SP a pressão foi nesse mesmo sentido e contou com a participação de antigos caciques da legenda: a hegemonia do projeto tucano no estado estaria ameaçada se Doria rompesse o combinado com Garcia.

Diante dessa pressão, Doria aceitou recuar, deixar o cargo para Garcia e manter a candidatura presidencial. A decisão deve ser anunciada nas próximas horas. Mais cedo, a coluna mostrou que o atual governador já tinha aceitado abrir mão do cargo para empossar seu vice.