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Alberto Bombig

REPORTAGEM

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Tucanos acionam FHC e Serra para Doria mudar de ideia e preservar São Paulo

06.out.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa do governo do estado de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital - Mister Shadow/Estadão Conteúdo
06.out.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa do governo do estado de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital Imagem: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

31/03/2022 10h42Atualizada em 31/03/2022 12h15

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Aliados e amigos de João Doria tentam convencer o governador de São Paulo a deixar o Palácio dos Bandeirantes, manter a candidatura a presidente da República e cumprir o acordo com Rodrigo Garcia, seu vice. Líderes históricos do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso e José Serra, estão sendo acionados para ajudar nessa missão.

Prefeitos tucanos do interior de São Paulo procuraram as esferas diretivas do PSDB para dizer que haverá uma debandada de apoios se Garcia não for o candidato a governador. Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, também estaria em busca de uma solução para o impasse, junto com dirigentes do União Brasil e do MDB.

Para isso, buscam amarrar um compromisso de o PSDB manter e apoiar a pré-candidatura de Doria a presidente, decidida em prévias realizadas no ano passado. Nos últimos dias, o governador de São Paulo percebeu que seria abandonado até por correligionários paulistas após deixar o Bandeirantes. Em conversa com seu irmão Raul Doria, conforme apurou a coluna, ele decidiu pelo gesto extremo de abortar o projeto nacional e permanecer no cargo.

O principal argumento do grupo contrário à decisão tomada por Doria nesta quinta-feira (31) é que o PSDB irá se esfacelar em São Paulo se Doria permanecer no governo até o final do seu mandato. O gesto colocará em risco a hegemonia tucana no estado, conquistada nas urnas em 1994 com Mario Covas (1930-2001), dizem tucanos favoráveis à candidatura do atual vice. Garcia se filiou ao partido no ano passado, já estava em pré-campanha e disputaria a reeleição no cargo, conforme acordo entre ele e Doria.

Um dos tucanos envolvidos nessa articulação disse à coluna que Doria está entregando o estado a Fernando Haddad (PT) ou a Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), pré-candidatos ao governo paulista.