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Capital paulista pode definir disputa entre Rodrigo e Tarcísio
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Maior esperança do PSDB para permanecer como um partido relevante a partir de 2023, Rodrigo Garcia (SP) terá de obter neste ano um feito eleitoral muito caro aos tucanos: obter uma alta votação na capital de São Paulo, muito acima de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). É o que avaliam estrategistas e integrantes da campanha do governador à reeleição.
Não foi por outro motivo que Rodrigo escolheu o centro da cidade de São Paulo para abrir oficialmente sua campanha nesta terça-feira (16). De acordo com a mais recente pesquisa Ipec de intenção de voto, ele, com 9%, e Tarcísio, com 12%, travam uma disputa particular para ver quem deverá disputar o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), líder isolado.
Historicamente, o PSDB vem mantendo sua hegemonia no estado quase sempre ancorado no eleitorado do interior paulista, considerado pelos marqueteiros, políticos e acadêmicos mais conservador do que o da capital.
Por isso, enquanto a polarização em São Paulo permaneceu entre PSDB e PT por quase três décadas, os tucanos levaram vantagem no interior, onde costumam ser mais bem votados do que na capital e na região metropolitana. Nesta eleição, porém, há uma leitura de que Tarcísio, o candidato de Jair Bolsonaro, deverá dividir com Rodrigo esse eleitorado conservador e interiorano, especialmente nas cidades com menos de 100 mil habitantes.
Nas palavras de um tucano da campanha, a votação de Rodrigo no interior, apesar do massivo apoio de prefeitos, não deverá ser tão consagradora como em eleições anteriores.
Em 2018, por exemplo, no primeiro turno, João Doria (PSDB), apoiado por Bolsonaro, obteve 26,34% na capital paulista contra 22,16% de Márcio França (PSB), seu adversário no segundo turno, diferença bem menor do que o resultado total: 31,77% para o tucano e 21,53% para o então governador pesebista.
No segundo turno, Doria perdeu para Márcio França (PSB) na capital paulista, mas o interior fez a diferença: o tucano ganhou em 509 municípios de 645 no estado e acabou eleito.
A meta de Rodrigo é derrotar Tarcísio por boa vantagem na capital e no entorno dela neste ano. Para isso, além de priorizar agendas e mostrar as realizações do atual governo nessa populosa região (quase 27% do eleitorado do estado), a campanha tucana avalia que a alta rejeição a Jair Bolsonaro na cidade de São Paulo, de 66% em julho, segundo o Datafolha, será fator determinante.
Por ora, essa rejeição não será explorada pessoalmente pelo governador, somente se ele for provocado por Tarcísio em relação a João Doria, antecessor de Rodrigo e de quem ele era vice. A ideia ainda é manter o candidato tucano como uma opção de voto de um eleitor que se identifica com Bolsonaro, mas não com Tarcísio.
Outro fator que pode influenciar nessa disputa a relação de proximidade entre Rodrigo e Ricardo Nunes (MDB). A campanha tucana espera ter o prefeito da capital paulista e seus aliados trabalhando ativamente pelo governador, já que eles indicaram Edson Aparecido (MDB) para o Senado e possui importância vital na chapa.
Mas o comando de comunicação da campanha de Rodrigo não descarta ligar diretamente Tarcísio à rejeição de Jair Bolsonaro na capital na Grande São Paulo se o candidato tucano estiver com dificuldades de ultrapassar Tarcísio.
De seu lado, Tarcísio também investirá no eleitorado da capital, seja estimulando seu perfil de técnico para se afastar de Bolsonaro, seja ligando Rodrigo a obras paradas do estado e da prefeitura na cidade de São Paulo e seu entorno.
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