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Alberto Bombig

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Nenhum candidato se preocupou em fazer acenos ao eleitor moderado em debate

Colunista do UOL

16/10/2022 22h50

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Um dos mais aguardados debates da redemocratização confirmou a hegemonia das forças que orbitam em torno de Lula (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) no espectro político e ideológico do país. Não houve muro nem meias palavras quando o assunto em pauta eram temas caros ao bolsonarismo, como a agenda conservadora, e ao petismo, como a defesa dos desfavorecidos.

A polarização se fez presente do início ao fim. Nenhum dos candidatos se preocupou em fazer acenos claros ao eleitor moderado, mais identificado com as posições de centro.

Lula não detalhou seus planos para a economia, por exemplo. Bolsonaro insistiu no binômio guerra cultural e corrupção. Novamente escoltado por Sérgio Moro, o atual presidente voltou a ser o capitão lavajatista de 2018. De seu lado, o petista nem sequer se lembrou dos apoios que vem recebendo nos últimos dias, como os de Simone Tebet (MDB) e de João Amoêdo (Novo), importantes na busca desse grupo de eleitores "nem-nem".

Por isso, faltaram ideias e sobraram provocações. Lula e Bolsonaro levaram para o palco da Band a tensão que vem marcando esta campanha eleitoral, o que conferiu emoção do início ao fim.

Mas essa tensão não se traduziu em propostas ou em compromissos claros, que, aliás, foram cobrados pelos jornalistas no segundo bloco do debate do UOL, da Folha, da Band e da TV Cultura.