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Rosa se impõe, Marinho perde, Lira e Aras capitulam: Bolsonarismo mingua
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Foi simbólico e, talvez, definitivo. O primeiro dia deste fevereiro de 2023 praticamente sepultou o fantasma do golpismo que assombrava a ala democrática dos mundos político e jurídico de Brasília.
Começou com os discursos de Rosa Weber, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), e de Augusto Aras, o procurador-geral da República, e terminou com a derrota de Rogério Marinho (PL-RN) na disputa pela presidência do Senado. Como diz o velho jargão do futebol, barba, cabelo e bigode.
"Que os inimigos da liberdade saibam que no solo sagrado deste tribunal o regime democrático, permanentemente cultuado, permanece inabalável", disse a presidente do STF; "democracia, eu te amo", derreteu-se Aras, o PGR que passou pano para os constantes ataques de Bolsonaro e do bolsonarismo às instituições e aos valores democráticos.
No início da noite, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) derrotou Marinho e seu ideário bolsonarista no plenário do Senado. "Pacificação é estar do lado certo da história, o lado que defende o Brasil e o povo brasileiro. Para isso, a polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada do nosso país. Acontecimentos como os ocorridos aqui, neste Congresso Nacional, e na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem e não vão se repetir", disse Pacheco.
Para além desses pontos de largada e de chegada, é importante ressaltar os discursos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). O primeiro reafirmou a força das instituições e a crença na democracia. Parece pouco, óbvio, trivial, mas é muito quando colocado em perspectiva com as atrocidades ditas pelo antecessor nesse quesito.
O segundo capitulou, a exemplo de Aras. O mesmo Lira que ficava em silêncio dias e dias diante das atrocidades ditas por seu antigo aliado Jair Bolsonaro defendeu ontem as instituições e a democracia em seu discurso na Câmara. "O dia de hoje é prova do funcionamento pleno da nossa democracia", disse ele. O CPF de ambos, de fato, parece não ser o mesmo, como o próprio parlamentar afirmou.
Por fim, a derrota de Marinho na disputa que ficou conhecida como "terceiro turno da eleição" (deveria ser chamada de quarto turno na verdade) mostra que o bolsonarismo ainda pulsa, mas que, sem a caneta da Presidência, tende a ser uma força minguante.
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