Raquel Landim: Afiadíssimo, Haddad soltou lado político e lembrou Dino
Ao confrontar deputados bolsonaristas na Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou seu lado político e lembrou o estilo irônico de Flávio Dino, disse a colunista Raquel Landim no UOL News desta quinta (23).
Haddad soltou todo o seu lado político e estava afiadíssimo. Parecia o Flávio Dino nos seus melhores dias de ministro da Justiça no Congresso Nacional.
Agora temos sinais mais negativos na economia, mas Haddad está fazendo esse papel mais cordato. Ali [na Câmara], não. Ele estava no Congresso, partiu para cima dos bolsonaristas e vestiu seu manto político e seu desempenho em debates eleitorais.
Haddad está em um momento delicado, costurando coisas e em embate forte com [o ministro-chefe da Casa Civil] Rui Costa em vários temas. Mas o ministro estava afiadíssimo e partiu para o enfrentamento. Era o palco correto para fazer isso. Muitas vezes essas conversas para as quais os ministros são chamados ao Congresso se transformam nisso. Se ele não se defender, vai ser só atacado. Raquel Landim, colunista do UOL
Raquel destacou que, apesar das dificuldades com o cenário econômico, Haddad segue um caminho equilibrado para lidar tanto com o mercado financeiro como com o governo.
Desde que assumiu a Fazenda, Haddad tem tido um perfil muito cordato, ponderado, fazendo toda a interlocução do governo Lula com a Faria Lima. Adotou uma postura de austeridade fiscal que surpreendeu os mercados. Ele encontrou um meio-termo para fazer tudo o que era possível para deixar a economia continuar andando. Raquel Landim, colunista do UOL
Sakamoto: Eduardo adota manual do bullying bolsonarista contra Moraes
A resposta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a uma declaração do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é um exemplo de aplicação da tática bolsonarista de bullying a autoridades, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.
Moraes ironizou fala antiga de Eduardo, que disse ser necessário "apenas um cabo e um soldado para fechar o STF". Sem citar nomes, o ministro falou que "o cabo, o soldado e o coronel estão todos presos", enquanto o Supremo está aberto. Na resposta, Eduardo disse que as ações do ministro o levaram a viver hoje sem liberdade, tão preso quantos os participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A resposta de Eduardo Bolsonaro a Alexandre de Moraes acabou revelando uma das táticas de bullying, assédio e intimidação levadas a cabo pela extrema-direita. Essa declaração só coloca lenha na fogueira para que outros casos aconteçam. Esse tipo de ação puxada por lideranças políticas ajuda a retroalimentar os malucos de plantão que vão fazer o serviço sujo. Tem que partir das lideranças políticas diminuir esse gás da polarização. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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