Mamografia: ANS admite mudar proposta e incluir mulheres a partir dos 40
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) decidiu reabrir as discussões sobre estimular os planos de saúde privados a reforçarem a mamografia de rastreamento para mulheres entre 50 e 69 anos e de dois em dois anos. Após a repercussão negativa de uma consulta pública nesse sentido, a agência reguladora considera incluir as mulheres a partir dos 40 anos.
A polêmica, revelada pela coluna, atingiu a imagem do governo Lula, principalmente entre o público feminino, maior parcela do eleitorado. À coluna, a ANS disse que, "considerando o apelo das entidades (médicas), concedeu um prazo de 30 dias para que apresentem os estudos científicos e dados técnicos que justifiquem tal proposta".
A SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) e a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) afirmam que 40% das mulheres brasileiras com câncer são diagnosticadas abaixo dos 50 anos e 22% das mortes acontecem nesse grupo.
A consulta pública foi encerrada na última sexta-feira (24). Foram mais de 60 mil contribuições. Ainda não há um levantamento de quantas foram críticas à medida e quantas favoráveis.
A apresentadora Ana Furtado capitaneou as discussões sobre o tema nas redes sociais. Em um post no Instagram, ela classificou a proposta em discussão como "absurda", estimulou os seguidores a se posicionarem contra e lembrou que só conseguiu vencer o câncer de mama porque fez mamografia de rastreamento a partir dos 40 anos e anualmente.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu explicações da ANS sobre a consulta pública. A resposta ainda não foi encaminhada.
O que diz a ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que a Consulta Pública 144, realizada entre os dias 10/12/2024 e 24/01/2025, recebeu mais de 60 mil contribuições para a proposta do Manual de Certificação de Boas Práticas em Atenção Oncológica. A ANS está processando as contribuições e divulgará, na página da Consulta, no site da ANS, o relatório com as contribuições recebidas.
Vale informar também que ontem (27/01), representantes da Agência reuniram-se com entidades médicas para esclarecer a proposta. As instituições sugeriram que a Agência amplie o universo de mulheres na proposta de rastreamento populacional com a inclusão das mulheres com idades de 40 a 49 anos no programa. Considerando o apelo das entidades, a ANS concedeu um prazo de 30 dias para que apresentem os estudos científicos e dados técnicos que justifiquem tal proposta. Todas as manifestações serão analisadas e uma nova proposta de normativa será elaborada e submetida à aprovação da diretoria colegiada da ANS.
12 comentários
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Luiz Henrique Chrispim
Governo perdido , solta uma nota fake, pra criar debates, e ocultar o que interessa. Saúde do público, alta de inflação, gasolina e tal
Wilson Aroma
Igual a ba.gun.ça do PIX. O povo tem que ficar alerta: o governo de Lula com seus planos que vão contra o povo. Lula fala do povo, mas age contra ele. E, se falar da mulher, parece que ele dá menos atenção ainda.
Ronaldo Adriano Soares
As mulheres esperam mais de ano para fazer mamografia pelo SUS ... Minho sogra completou um ano agora em janeiro esperando um eletrocardiograma e agenda com um cardiologista, fizemos particular ... não adianta diminuir orientação sobre o exame e continuar com esse atendimento péssimo do SUS ...