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Bolsonaro continua senhor das redes sociais com 39,9 milhões de seguidores
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Primeiro fenômeno político brasileiro criado e cevado nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro continua liderando com folga o ranking de seguidores e interações, com números bem maiores do que a soma de seus adversários do campo da esquerda (Lula, Haddad, Manuela, Marina, Boulos, Ciro e Flávio Dino).
Em levantamento exclusivo feito para esta coluna, a Bites, empresa que há 15 anos analisa os fluxos da opinião pública digital e os seus impactos na política e na economia, registra que Bolsonaro, até as 12h30 de terça-feira, tinha 39.933.878 de seguidores nos seus perfis oficiais no Facebook, Twitter e Instagram.
Lula aparece em segundo lugar, com 8.154.785 milhões, e a seguir entram, pela ordem:
Haddad _ 5,74 milhões
Manuela _ 4,65 milhões
Marina _ 4, 29 milhões
Boulos _ 4,0 milhões
Ciro _ 3,3 milhões
Flávio Dino _ 1, 3 milhão.
Bolsonaro lidera também o ranking de interações nos últimos 12 meses, com 629.578.404, mas invertem-se posições na esquerda, com Guilherme Boulos aparecendo em segundo lugar, com 101.014.936.
Seguem-se:
Manuela _ 88,9 milhões
Lula _ 56,2 milhões
Haddad _ 42,9 milhões
Ciro _ 35,1 milhões
Marina _ 8,1 milhões
Flávio Dino _ 1,4 milhão
Conclusão de Manoel Fernandes, diretor da Bites: "Além dos ganhos políticos, a esquerda unida iria conseguir concentrar um único foco contra seu maior adversário. A percepção é simples: até nas redes sociais, a esquerda unida faz mais sentido do que sair em várias direções e ainda tem muito chão para percorrer. A transformação digital é um imperativo para a esquerda na eleição de 2022".
Os seguidores de Bolsonaro são também mais participativos nas redes, como mostram os números de interações nos posts publicados. Bolsonaro tem nesse quesito quase o dobro (639 milhões) do que a soma de 333 milhões de todos os oposicionistas.
A minha impressão é que, cada vez mais dividida e apegada ao passado, a esquerda pilota um carro analógico com câmbio mecânico e o presidente voa a bordo de um carro elétrico dirigido por um computador.
Aconteça o que acontecer no país, esse exército digital do presidente Bolsonaro se mantém unido e explica também por que ele lidera todas as pesquisas do Datafolha para 2022, assim como mantém um índice de aprovação do seu governo que não cai abaixo de 30%.
Eleito e governando há dois anos pelas redes sociais, é a esse público que o presidente se dirige em seus discursos e "entrevistas" aos devotos do bolsonarismo, no cercadinho do Alvorada ou dentro do mar, como fez no carnaval em Santa Catarina, quando falou que o certo seria impedir a circulação dos jornais Folha, Globo e Estadão, e defendeu o aumento da tributação das big techs, alegando que sofreu censura do Facebook em fotos enviadas por seus seguidores sobre o preço dos combustíveis.
"E não há uma reação da própria mídia, ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles, em grande parte, mentir com matérias. Agora, para a população, é uma censura que não se admite", desabafou numa rede social divulgada por seu filho Eduardo Bolsonaro.
O grande temor de Bolsonaro é acontecer com ele o que o Twitter fez com Donald Trump, que simplesmente o tirou da tomada ao fazer publicações falsas sobre fraude nas eleições americanas.
Na verdade, como constatou a repórter Amanda Lemos, não houve censura nenhuma, mas um erro na configuração do Facebook do presidente.
Para os seguidores do presidente, no entanto, o que importa apenas é a versão dada pelo senhor das redes, que logo se torna uma verdade absoluta, em sua estratégia de se fazer de vítima e jogar a culpa de tudo na mídia, o inimigo número um do governo.
Até aqui, tem dado certo.
Vida que segue.
Em tempo _ Me esqueci de dizer: em 2018, Manoel Fernandes foi o primeiro a cantar a bola sobre a força de Bolsonaro nas redes sociais e que poderia ganhar a eleição. Os adversários demoraram a se adaptar às novas mídias.
Balaio agora também no Youtube com Ricardo Kotscho e Rodrigo Simon:
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