Kotscho: Com acusações falsas, Bolsonaro e Tarcísio mostram que são iguais
A declaração, sem provas, do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) associando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao PCC aproxima o governador ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou hoje o comentarista do UOL News Ricardo Kotscho.
Tarcísio citou uma suposta orientação da facção ao voto em Boulos. O candidato do PSOL disse que vai acionar a Justiça, classificou a declaração como "criminosa" e afirmou que o governador cria "uma grave fake news em pleno domingo de eleições".
Bolsonaro disse hoje que Lula (PT) não sofreu um acidente doméstico que o impediu de viajar à Rússia. Para Kotscho, isso demonstra que Tarcísio e Bolsonaro estão do mesmo lado radicalizado do uso de notícias falsas para propósitos político-eleitorais.
Kotscho também cobrou a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que se manifeste.
Isso não pode demorar mais nenhum instante, tem que imediatamente ter uma providência do TSE. Isso é o fato mais grave que da campanha até agora. Foi muita baixaria a campanha toda, foi uma vergonha essa campanha eleitoral, mas isso que aconteceu hoje com o governador de São Paulo é inexplicável, é irresponsável.
Em Goiânia, hoje de manhã, o Bolsonaro, além de esculhambar com o ministro Alexandre de Moraes, com o STF e tudo, ele colocou em dúvida o acidente doméstico que o Lula sofreu, que impediu a viagem dele para a reunião dos Brics.
Assim como o Tarcísio, ele também não apresentou prova nenhuma, ele disse que ele recebeu no celular de alguma 'tia do zap' que mandou isso aí, e ele bota como se fosse um fato. Eles são iguais, não tem essa de moderado e radical. Eles são iguais.
Ricardo Kotscho
Matais: fala de Tarcísio é crime eleitoral, e TSE precisa se manifestar
A fala de Tarcísio pode ser considerada um crime eleitoral e precisa de uma resposta do TSE, afirmou a colunista Andreza Matais no programa de hoje.
É gravíssima essa fala do governador de São Paulo. Ele está utilizando do cargo de governador para fazer essa declaração que, na minha avaliação, é um crime eleitoral, ao lado do prefeito de São Paulo, que disputa a reeleição, no meio do processo de votação. São dados que, se existem, precisariam ser apresentados, e esse não era o melhor momento para isso.
Nessas eleições, há muitos relatos de que [grupos criminosos] estão tentando eleger candidatos para depois influenciar esses grandes contratos, mas isso não significa de forma alguma que haja um estudo mostrando que há alguma relação disso com partidos políticos.
É algo que tem sido feito, já não é de hoje, se tentar fazer essa correlação desses grupos criminosos com a esquerda, e que seria a mesma coisa de você associar a milícia à direita.
Andreza Matais
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Maierovitch: Tarcísio comete abuso de poder e se arrisca à inelegibilidade
Para o colunista Wálter Maierovitch, as declarações de Tarcísio de Freitas podem levar o governador a responder a um processo de abuso de poder político.
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Quero receberO jurista explica que Tarcísio rompeu com o "silêncio eleitoral", estabelecido por lei, em que nada pode perturbar a liberdade do eleitor em escolher seu candidato nas urnas. Se Tarcísio tivesse provas da indicação de votos da associação criminosa, ele deveria ter apontado isso à Justiça, e não o trazido a tona no dia das eleições, explicou Maierovitch.
Essa ação proposta pelo partido do Boulos é dirigida exatamente ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral. O que ele faz? Ele inicia um processo investigatório. Essa ação se chama Ação de Investigação Judicial Eleitoral. [...] Neste caso, trata-se de um abuso de poder político --está muito claro: abuso de poder político. Ele se manifestou quando deveria comunicar e silenciar. O corregedor faz toda a apuração, garante a ampla defesa e elabora um voto que submete ao tribunal, que decide pela procedência ou improcedência dessa ação. Se for procedente, poderá resultar em inelegibilidade.
Wálter Maierovitch
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