Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Sábado terá 340 atos em 314 cidades com protesto do "Fora, Bolsonaro"
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Até o meio-dia desta sexta-feira, já estavam confirmados 340 atos pelo movimento "Fora Bolsonaro" marcados em 314 cidades do Brasil e do exterior, segundo levantamento parcial da Central de Mídia das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que lideram a mobilização.
As manifestações estavam inicialmente marcadas para 24 de julho, mas os últimos acontecimentos, com a série de denúncias de corrupção na compra de vacinas que agitaram a CPI da Pandemia e a entrega à Câmara dos Deputados do "superpedido" de impeachment na quarta-feira, fizeram os organizadores antecipar os protestos.
O principal objetivo dessa vez - os atos anteriores aconteceram nos dias 29 de maio e 19 de junho - é pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira, a desengavetar os 123 pedidos já apresentados, com 23 tipos penais que teriam sido cometidos pelo presidente.
"Lira não pode sentar indefinidamente sobre esses pedidos", reclama um dos signatários, o advogado Mauro Menezes, ex-presidente da Comissão de Ética da Presidência da República.
Além de pedir a saída de Bolsonaro, as palavras de ordem são "vacina no braço e comida no prato".
A cada novo ato, cresce a participação de partidos, entidades da sociedade civil e do movimento social. Pela primeira vez, foi anunciada a participação do PSDB em São Paulo.
A mobilização das ruas soma-se a várias ações a que Bolsonaro já responde na Justiça. Hoje, o vice-procurador geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a instauração de um inquérito para investigar possível prevaricação do presidente na compra da vacina Covaxin, como consta de notícia-crime apresentada por senadores.
Na quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou investigar dez deputados e três filhos do presidente - Flávio, Carlos e Eduardo - como integrantes de uma conspiração com o objetivo de "derrubar a estrutura democrática, financiada com recursos públicos e privados, dedicada à incitação de um golpe para "o retorno do estado de exceção", a partir do fechamento do Congresso e da "extinção total ou parcial" do Supremo Tribunal Federal.
Ao completar dois anos e meio de um tumultuado mandato, em meio a uma pandemia que já deixou mais de 520 mil mortos, Bolsonaro vive o momento mais difícil do seu governo, cada vez mais isolado dentro e fora do país.
Começa a se fechar o cerco ao presidente, que é rejeitado por mais de 50% da população, segundo diferentes pesquisas. O impeachment não é mais só uma miragem.
Há um crescente descontentamento em todas as áreas da sociedade, chegando agora ao mercado e aos militares, que ainda davam sustentação ao governo.
É esse caldo social que está de volta às ruas, após um longo período de quarentena e isolamento, rompido com o aumento da vacinação que o governo postergou até mais não poder.
Como só 12% da população já recebeu as duas doses das vacinas, os organizadores dos protestos recomendam comparecer apenas a manifestações em locais abertos e bem ventilados, sem aglomeração. Mesmo ao ar livre, deve ser mantido o distanciamento de dois metros e o uso de máscaras.
Vida que segue.
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