Quem venceu o debate do SBT entre candidatos à Prefeitura de SP?
No debate de hoje realizado pelo SBT, os candidatos à Prefeitura de São Paulo isolaram Pablo Marçal (PRTB) e focaram em propostas. Enquanto Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) polarizaram, programas para segurança e para mulheres tiveram destaque na discussão.
Veja quem ganhou e quem perdeu, na avaliação de colunistas do UOL:
Leonardo Sakamoto
Guilherme Boulos e Ricardo Nunes foram melhores neste debate, o primeiro em que não foi houve baixaria da grossa. O encontro do SBT viu um Pablo Marçal mais "domesticado". Pesaram as regras que proibiram até uso de apelidos e ameaçavam com expulsão quem tentasse morder. Mesmo assim, Marçal se dedicou a fustigar Nunes, com quem disputa o bolsonarismo, resgatando acusação de violência doméstica e a presença do PCC em empresas de ônibus.
Mas também pesaram para evitar que Marçal rosnasse alto: a) o Datafolha, que o mostrou estancado em votos e com rejeição em alta, após ataques a adversários e a cadeirada que levou de José Luiz Datena; b) o fato de que o SBT tem audiência, ou seja, gente assistindo à TV. O destaque negativo foi Marina Helena, do Novo, que ocupou o lugar de Marçal na tentativa de construir cenas constrangedoras — mas longe, muito longe, de ter o carisma do influenciador.
Andreza Matais
O SBT deve ter colocado maracujá na água dos candidatos à Prefeitura de São Paulo. O eleitor que chegou de Marte hoje se deparou com um debate de propostas, em um tom muito longe do ríspido, agressivo e de descontrole adotado até agora.
Não se trata de cansaço. Com as eleições daqui a duas semanas, os candidatos adequam o discurso ao que indicam as pesquisas e evitam aumentar a rejeição.
O debate nesse contexto favorece o prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição, que venceu essa rodada. Pelo cargo que ocupa, é o único que pode respaldar o discurso em suas entregas. Os demais apresentam promessas. Quem perdeu o debate foi Tabata Amaral (PSB). O tom de voz e a cara amarrada não combinaram com um debate que foi mais pautado por propostas.
Raquel Landim
O eleitor fez o que as regras mais duras, os mediadores e a Justiça Eleitoral não conseguiram: enquadrou Pablo Marçal num debate para a Prefeitura de São Paulo. O recado do paulistano foi claro para o candidato do PRTB nas pesquisas de opinião divulgadas nesta semana. Tanto a Quaest quanto o Datafolha mostraram uma queda que o distanciou de Ricardo Nunes e de Guilherme Boulos nas intenções de voto e depois estagnação.
Quem perdeu nesse debate foi Marçal e suas técnicas agressivas, que menosprezaram a inteligência do paulistano, principalmente aquele que vive na periferia e que utiliza os serviços da prefeitura. O vencedor do debate do SBT foi o eleitor. Palmas para ele.
Matheus Pichonelli
O vencedor do debate foi a rejeição de Pablo Marçal. Em alta, ela obrigou o candidato a fazer um rebranding e apresentar uma versão mais mansa, quase "paz e amor".
Durou só até a segunda página, mas foi o suficiente para fazer o debate fluir sem grandes constrangimentos, agressões ou gritaria. Deu tempo até (pasmem!) de discutir propostas
Ricardo Kotscho
No sétimo debate da temporada, os ânimos se acalmaram. Até Marçal amansou, e não aconteceu nada que possa mudar o lugar dos times na tabela. Ninguém ganhou nem perdeu votos. Deu 0 a 0, o que favorece quem está na liderança, em especial o candidato à reeleição Ricardo Nunes, que vai jogar em casa a decisão do segundo turno, montado na máquina municipal.
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Quero receberNunes está jogando com a tabela na mão, preocupado apenas em não errar. Por isso, nem tocou no nome do padrinho Bolsonaro, ao contrário de Boulos, que sempre cita Lula. Nos intervalos comerciais do SBT, a propaganda do prefeito ganhou de goleada dos concorrentes, como acontece todo dia no horário gratuito do TRE.
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