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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Exército desiste de indicar substituto de coronel excluído e critica TSE

Equipe das Forças Armadas participam de inspeção do código-fonte das urnas no TSE - Paulo Roberto Netto/UOL
Equipe das Forças Armadas participam de inspeção do código-fonte das urnas no TSE Imagem: Paulo Roberto Netto/UOL

Do UOL, em Brasília

10/08/2022 18h11

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O Centro de Comunicação Social do Exército informou em nota, na tarde desta quarta-feira (10) que desistiu de indicar um substituto para o coronel do Exército Ricardo Sant'Anna da equipe das Forças Armadas que atua na Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, após decisão do ministro e presidente do TSE, Edson Fachin, de excluir o militar por disseminação de notícias falsas.

Segundo apurou a coluna, o Exército chegou a avaliar alguns nomes antes da desistência, que teria sido acertada com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio. O objetivo de não indicar um novo nome seria "encerrar o assunto e tentar virar a página".

Apesar de fontes da caserna afirmarem que a conduta do coronel deve ser alvo de um processo administrativo, na nota divulgada hoje, o Exército afirma que o coronel "foi selecionado mercê de sua inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional" e que a os militares já haviam tomado conhecimento das notícias veiculadas de que ele disseminaria notícias falsas, mas que ainda estavam apurando o ocorrido.

"Já no final da semana passada, o Exército, como usualmente faz nesses casos, buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas", diz o texto.

O Centro de Comunicação do Exército critica ainda o fato de o TSE ter se baseado em "apuração da imprensa" e "de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE "descredenciou" o militar".

"Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes", diz o comunicado.

A nota do Exército diz ainda que o trabalho da equipe das Forças Armadas, "particularmente dos representantes do Exército Brasileiro, é eminentemente técnico e realizado de forma coletiva por seus integrantes".

Segundo os militares, a participação de técnicos do Exército na equipe segue as normas e as prerrogativas legais estabelecidas nas resoluções do próprio TSE.

"Assim, não há interferências das posições pessoais dos integrantes nas tarefas das equipes, sendo o trabalho realizado de forma profissional e isenta", afirma o Exército.

Sem citar o questionamento das urnas eletrônicas, discurso encampado pelo presidente Jair Bolsonaro que tem sido respaldado pelo ministro da Defesa, general Paulo Sergio, a nota afirma ainda que o "Exército tem consciência de suas atribuições e da isenta competência técnica, da dedicação e do comprometimento de seus profissionais".

"Cabe ressaltar que o Exército Brasileiro, Instituição Nacional e Permanente, sempre participou nas ações de Garantia de Votação e Apuração, seja em aspectos de segurança, seja no apoio logístico, particularmente, nos rincões mais distantes do País", afirmam.