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'Cola' de Bolsonaro foi proposital e campanha comemora que Anitta 'caiu'
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Foi proposital e fazia parte de uma estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL) a ideia de mostrar uma 'cola' em sua mão durante a entrevista ao Jornal Nacional ontem (22). O objetivo era atiçar a curiosidade dos telespectadores e mobilizar as redes sociais em torno de termos associados à esquerda, de forma negativa.
Segundo apurou a coluna, a escolha das palavras ("Nicarágua", "Argentina", "Colômbia" e "Dario Messer") foi de Bolsonaro, mas a ideia também teve o estímulo do filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro, e de integrantes do chamado gabinete do ódio, uma ala mais ideológica do governo que trabalha para viralizar conteúdos de interesse do presidente.
No último domingo, Carlos e outros auxiliares de Bolsonaro tiveram uma reunião no Palácio da Alvorada justamente para pensar em formas de gerar conteúdo para as redes sociais após a entrevista. As informações foram divulgadas no podcast do UOL, o Radar das Eleições.
Logo depois da entrevista, canais bolsonaristas no aplicativo Telegram começaram a compartilhar mensagens afirmando, por exemplo, que na Nicarágua há "perseguição contra Cristão, para lembrar que Lula defende os regimes autoritários".
Os apoiadores do presidente também passaram a divulgar mensagens de que o doleiro Dario Messer supostamente repassaria dinheiro à família Marinho, dona da TV Globo.
Em delação ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro em 2020, o doleiro teria dito que, durante a década de 90, entregava "em várias ocasiões" quantias entre US$ 50 mil e US$ 300 mil a integrantes da família Marinho. À época, durante a edição do Jornal Nacional, a Globo negou as acusações.
Estratégia não é nova
Auxiliares do presidente lembraram ainda que a ferramenta de usar palavras na mão já foi utilizada na campanha de 2018, quando antes de um debate ele escreveu as palavras: 'pesquisa', 'armas' e 'Lula'.
Apesar de não ser novidade, a campanha comemorou o fato de a cantora Anitta ter compartilhado uma foto com a cola na mão de Bolsonaro, o que, na avaliação deles, pode gerar engajamento "para além da bolha".
Bolsonaro preferiu ironizar a postagem da cantora, escreveu "Obrigado, Anitta" e fez o que queria: pediu aos seguidores que pesquisassem os temas.
O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.
Quando: toda semana, às 10h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts. Veja a íntegra do programa:
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