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Rui Costa e Janja travam embates por gabinete e compra de móveis
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Desde o início do governo, a primeira-dama Janja deixou claro que queria ressignificar o papel de esposa do presidente da República. O perfil determinado da mulher de Lula, no entanto, tem criado atritos no governo, conforme mostrou o UOL.
Os principais embates estão dentro do Palácio do Planalto, mais especificamente na Casa Civil, comandada por Rui Costa (PT). O ministro é apontado pelo próprio presidente Lula (PT) como o mais importante de seu governo.
A relação com Janja, porém, segundo apurou a coluna, está longe de ser harmoniosa. Nos bastidores, a primeira-dama se queixa de até agora não ter conseguido, por exemplo, formalizar a estrutura do Gabinete de Assuntos Estratégicos em Políticas Públicas.
Ela tem trabalhado em uma sala no Palácio do Planalto próxima do gabinete de Lula, mas a falta de formalização do papel de seu gabinete atrapalha no desenvolvimento de políticas públicas. O aval depende de Rui Costa.
Além disso, a Casa Civil barrou a compra de alguns móveis que a primeira-dama havia escolhido para compor o Palácio da Alvorada, residência presidencial.
Segundo a coluna apurou, Janja escolheu uma mesa no valor de R$ 200 mil, o que foi negado por Costa. O argumento dado por integrantes da Casa Civil para vetar essa e outras compras é a de que móveis com valores muito altos poderiam repercutir mal para o governo.
Do lado de Janja, porém, a justificativa para a escolha de móveis de alto valor é que eles passariam a ser do acervo do Palácio.
Janja gostou de ser 'popular'
A primeira-dama também tem incomodado aliados por sua reação em relação à pesquisa Quaest que mostrou sua popularidade em um patamar maior do que a de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente.
Na 'briga' com Rui Costa, conforme apurou o UOL, a primeira-dama tem dito que "é mais popular que muito ministro", incluindo o titular da Casa Civil.
Auxiliares de Janja atribuem o 'fogo amigo' contra ela ao fato de alguns aliados de Lula temerem que ela possa ser escolhida pelo presidente como uma herdeira política ou até uma sucessora. A possibilidade, dizem pessoas próximas à primeira-dama, é "zero".
Até porque, a legislação (artigo 14, parágrafo 7) considera que cônjuges de presidentes, governadores e prefeitos são "inelegíveis".
Atritos e machismo
Janja tem tentado minimizar as críticas. Ontem, da China, postou uma foto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para rebater o que ela chamou de "intrigueiros".
No dia anterior, ela havia feito postagens sobre o fim da isenção para compras no e-commerce abaixo de US$ 50, revelada pelo UOL.
A iniciativa repercutiu, obrigou a Fazenda a dar mais esclarecimentos e incomodou membros do governo pela "intromissão".
Outra fala recorrente de quem reclama de Janja é que ela seria "deslumbrada". Pessoas próximas à primeira-dama dizem que foi 'espantoso' a quantidade de informações contra Janja que foram disseminadas dentro do governo assim que Lula e ela viajaram para China.
Na avaliação desses auxiliares da primeira-dama, essa "torta de climão" dos últimos dias envolvendo Janja é resultado de atitudes machistas, reflexo de um ambiente com "muito homem e poucas mulheres".
A coluna procurou a Casa Civil para comentar as informações, mas não obteve resposta. A assessoria da primeira-dama, que cumpre agenda ao lado de Lula na China, também não quis comentar.
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