Topo

Carla Araújo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

ONGs pedem a Haddad mais impostos sobre armas e munições

Instituto Sou da Paz e outras treze instituições enviaram ofício a Haddad - Fernando Frazão/Agência Brasil
Instituto Sou da Paz e outras treze instituições enviaram ofício a Haddad Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Carla Araújo e Letícia Casado

Do UOL, em Brasília

27/04/2023 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Enquanto o governo federal busca maneiras de aumentar a arrecadação, um grupo de ONGs pede mais taxação de armas e munição.

O Instituto Sou da Paz e outras treze instituições enviaram um ofício ao ministro Fernando Haddad recomendando a reavaliação das alíquotas de impostos na comercialização de armas de fogo e munições no Brasil.

A iniciativa foi feita em um momento em que o Ministério da Fazenda busca saídas para aumentar a arrecadação. Na semana passada, após forte repercussão negativa, o ministro Fernando Haddad teve que recuar na decisão de acabar com a isenção do imposto de importação nas encomendas de empresas asiáticas.

Além disso, algumas das medidas estudadas pela pasta para aumentar a arrecadação, como a mudança em julgamentos do Carf e o julgamento do STJ sobre base de cálculo de impostos, ainda enfrentam dificuldades.

Desonerações sob Bolsonaro

Durante o governo Jair Bolsonaro ao menos quatro categorias de produtos tiveram alíquotas de reduzidas ou zeradas em comparação com 2018, informa o documento do Sou da Paz.

São elas: revólveres e pistolas (IPI de 45% em 2018 para 29,25% em 2022); cartuchos e munições (IPI de 20% para 13%); armas de fogo e munições (imposto sobre importações foi de 20% para 16%); e armas de fogo, munições, partes e acessórios (imposto sobre exportações passou de 150% para 0%). Os itens classificados como "arma de guerra" já tinham e mantiveram IPI zerado, informa o documento.

O grupo não faz uma estimativa de quanto o governo poderia arrecadar com a reoneração.

O texto informa que sete em cada dez mortes violentas no país ocorreram por disparos de armas de fogo, citando dados do Ministério da Saúde.

A política armamentista de Bolsonaro está na mira do governo Lula e do STF. O ex-presidente publicou ao menos 17 decretos presidenciais, 19 portarias, dois projetos de lei, duas resoluções e três instruções normativas que facilitavam o acesso da população a armas e munições. Ao assumir, Lula anunciou que estava revogando decretos que ampliavam o acesso a armas e munições.