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Carla Araújo

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Opinião

Em encontro com Lula, Lira vai dar o preço do apoio do centrão

O presidente Lula (PT) e o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) têm um encontro nesta sexta-feira (21) no Palácio da Alvorada para discutir possíveis mudanças no governo. Durante o programa Análise da Notícia, a colunista do UOL Carla Araújo afirmou que ambos irão debater o custo do apoio do centrão para o governo na Câmara.

Lira vai dar o preço para o apoio do centrão ao governo
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Antes do encontro com Lira, previsão é de que o presidente receba Alexandre Padilha. Antes de se reunir com Lira, Lula irá receber o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Nas últimas semanas, enquanto Lula viajava para o exterior, Padilha se encontrou com parlamentares do centrão para fazer um rascunho do que o governo poderá oferecer em troca de apoio. Lula já deixou claro que não irá fazer trocas no Ministério da Saúde, e Padilha irá apresentar o cardápio disponível para o presidente, de acordo com o que ouviu dos parlamentares.

Centrão quer emendas para chegar até as prefeituras. O grande sonho de Lira era o Ministério da Saúde, uma vez que possui bastante capilaridade para chegar aos prefeitos por meio de emendas. Além de possuir o orçamento mais robusto de todos, a pasta também tem vários "tentáculos" para realizar obras e distribuir emendas.

PP e Republicanos irão receber cargos. Com o cardápio de opções na mesa, é certo que PP e Republicanos irão receber cargos em troca de apoio. No entanto, o apoio se dará de maneira tímida, uma vez que ambos ainda vão se declarar um pouco independentes do governo, até pelo racha existente dentro dos próprios partidos.

Cardápio robusto. A partir do cardápio elaborado por Padilha, estão na mesa, entre outros cargos, a presidência da Caixa Econômica Federal, atualmente ocupada por Rita Serrano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, atualmente comandado por Luciana Santos, e o comando do MDS, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social. A escolha para o novo comando da Caixa seria feita por Lira, e o nome é Gilberto Occhi, que já presidiu o banco durante o governo Temer. Já no MDS, que enche os olhos do centrão por ser o responsável pelo Bolsa Família, os nomes seriam dos deputados federais Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-AM).

Centrão foi para cima de mulheres. Em um primeiro momento, o centrão mirou na ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Na sequência, também cogitou o Ministério do Esporte, de Ana Moser, a Caixa, presidida por Rita Serrano, e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, atualmente comandado por Luciana Santos. Lula ficou incomodado com esse apetite por achar que seu governo já está com uma baixa representatividade.

Centrão quer obras e verbas. O centrão não esconde que deseja assumir uma pasta robusta, que possa realizar bastante obras para conseguir alocar recursos e uma peça central para a escolha de Lira será isso. Nos próximos meses, o governo deve enviar o orçamento ao Congresso e pastas que tiverem as maiores verbas, serão aquelas escolhidas pelo centrão na negociação com Lula.

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