Exército trata Trump x Kamala com pragmatismo: 'nada muda' para Defesa
A subchefia da área internacional do Exército acompanha as eleições norte-americanas sem nenhum esquema especial e alinhada com o Ministério das Relações Exteriores.
Militares de alta patente ouvidos pela coluna destacam que a perspectiva é que "nada muda" se Donald Trump voltar ao poder ou se a democrata Kamala Harris vencer o pleito da próxima terça-feira (5).
Nas palavras de um general quatro estrelas: "Se na área das relações internacionais as coisas são pragmáticas, na Defesa são mais pragmáticas ainda".
A área internacional da Força fica sob o guarda-chuva do Estado-Maior do Exército, que é o órgão responsável por preparar os militares "para o cumprimento de sua destinação constitucional". No caso da área internacional, o Exército brasileiro também é municiado pelos informes de seus adidos militares que ficam nos Estados Unidos.
Fontes da caserna destacam que os acordos feitos entre o governo brasileiro e o dos Estados Unidos — como intercâmbio de militares, realização de cursos e até compras de equipamentos — são feitos visando o longo prazo.
A lembrança do governo Trump, segundo essas fontes, é de normalidade nas relações militares. A relação entre o Exército dos EUA e os militares brasileiros, dizem, é antiga e baseada no pragmatismo, atendendo o interesse dos dois lados.
Neste ano, o Exército fechou um contrato de 12 helicópteros dos militares norte-americanos em um contrato que foi feito em 2017, ano em que Barack Obama passou o cargo para Trump.
Os militares citam ainda a relação atual com as Forças Armadas da Argentina. Após a chegada de Javier Milei ao poder, o novo comandante do Exército argentino veio ao Brasil para uma visita institucional ao general Tomás Paiva, comandante do Exército Brasileiro.
Mesmo reforçando o coro de que as Forças Armadas sofrem pouca influência com a mudança nos governos do exterior, ao menos um general adotou um tom mais cauteloso em sua previsão do impacto para o Brasil: "É cedo para falar".
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