Carlos Madeiro

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Reportagem

'O teto do centro cirúrgico caiu; é um massacre', diz médico de MSF em Gaza

Um médico que atua para a organização humanitária MSF (Médicos Sem Fronteiras) afirmou que estava no hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, que foi bombardeado hoje e deixou ao menos 500 mortos, segundo autoridades palestinas.

Estávamos operando no hospital, houve uma forte explosão e o teto do centro cirúrgico caiu. Isto é um massacre.
Ghassan Abu Sittah, médico de MSF em Gaza

Em nota, a MSF disse estar "horrorizada" e considerou "absolutamente inaceitável" o bombardeio no local. Há dificuldades de comunicação com operadores da entidade no local.

Estamos horrorizados com o recente bombardeio ao hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, que tratava pacientes e acolhia moradores de Gaza deslocados. Estima-se que centenas de pessoas foram mortas. Isto é um massacre. É absolutamente inaceitável."
MSF

"Situação catastrófica"

A MSF está ajudando autoridades de saúde palestinas com atendimentos, medicamentos e insumos em três hospitais de Gaza, mas tem alertada de que a situação no local é "catastrófica", com mais feridos do que a capacidade de atendimento, além de insumos insuficientes.

De acordo com a ONG (organização não governamental), nada justifica o "ataque brutal" a um hospital e seus muitos pacientes e profissionais de saúde, bem como às pessoas que ali procuravam abrigo.

Os hospitais não são um alvo. Este derramamento de sangue deve parar. É hora de dar um basta!
MSF

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Na sexta-feira passada, a MSF já afirmava que os bombardeiros não param, o que tem vitimado muitos civis. Isso vem gerando uma alta demanda por cuidados médicos, em meio a suprimentos escassos.

A maioria dos feridos em Gaza é de mulheres e crianças, pois são as pessoas que, com mais frequência, estão nas casas que acabam sendo destruídas nos bombardeios aéreos.
Ayman Al-Djaroucha, em fala exclusiva repassada à coluna por MSF no Brasil

O que aconteceu

O ataque ao hospital na Faixa de Gaza deixou ao menos 500 mortos, afirmou em comunicado o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas. O grupo extremista acusou Israel e chamou o ato de "genocídio". Israel, por sua vez, não confirmou a autoria e diz investigar o caso.

O ataque atingiu o Hospital Batista Al-Ahly Arab, localizado no centro da cidade de Gaza.

Segundo Israel, houve um disparo em massa de foguetes da Jihad Islâmica em direção a Israel no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, o porta-voz do Exército diz que as informações são da inteligência de Israel e de "diversas fontes do que dispomos".

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Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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