SUS: Alagoano José recebe novo coração no mesmo hospital de Faustão em SP

A esposa, Isa Kelly, conta que foi tudo muito rápido, e em menos de duas horas após a notícia do coração compatível ele foi levado à sala de cirurgia.

Às 7h30 ele mandou uma mensagem dizendo tinha recebido uma oferta. Eu fui para o hospital, mas foi tudo muito rápido. Quando foi de 9h30 ele já tinha ido para o centro cirúrgico. Aí o transplante começou 10h e terminou por volta das 18h.

De acordo com ela, os médicos informaram que o transplante foi bem sucedido, e a recuperação dele está sendo boa.

Terminou o transplante, mas eu só pude vê-lo à meia-noite. Ele ainda estava sedado. Quando foi agora pela manhã, já tinham extubado ele e agora meio-dia ele já estava almoçando. Ou seja, menos de 24 horas e ele já tinha saído da intubação, almoçado e conversava. Ele só agradece e está muito feliz.

Luta para chegar ao momento não foi facil

José Higino estava inscrito na fila de transplante de coração em Alagoas desde março por conta de insuficiência cardíaca que sofre há nove anos.

Após seis internações e uma complicação, o alagoano foi para a fila prioritária de doação — que inclui pessoas que não podem esperar muito tempo por um órgão vital.

O paciente foi transportado por uma equipe médica em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) de Alagoas para São Paulo em 23 de agosto.

No hospital em São Paulo, ele passou por intercorrências e teve que sair da fila por um tempo até ter condições clínicas para receber um coração.

Segundo Isa Kelly, houve infecção, alteração no fígado, hipertensão no pulmão e ele precisou usar um balão intraaórtico (usado para aumentar o desempenho do coração e facilitando a função de bombear sangue).

Ainda não temos data para voltar [para Alagoas], pois ainda tem um longo caminho. Mas é uma sensação de alívio após dois meses de internação no hospital Albert Einstein, onde ele foi muito bem tratado.

Como José conseguiu ir ao Albert Einsten?

Uma programa do Ministério da Saúde banca esse tipo de procedimento. José está internado em um hospital referência no Brasil para transplantes e que se notabiliza por receber as pessoas mais ricas e famosas do país.

O alagoano foi incluído no programa de transplante do Einstein pelo Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde). A ação ajuda os estados na assistência a pacientes que demandam serviços que as unidades locais não são capazes de fazer.

O Proadi foi criado em 2009. O programa apoia com atendimento, recursos humanos, pesquisa, avaliação e gestão demandados pelo Ministério da Saúde. A ação reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência no país:

Em 13 anos do Proadi, foram R$ 7,9 bilhões de recursos gastos no SUS. Pelo acordo com a Saúde, os hospitais investem valores correspondentes à imunidade fiscal que têm por serem entidades filantrópicas.