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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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"A Bíblia no Supremo é a Constituição", diz André Mendonça

O advogado-geral da UnIão, André Mendonça - Ueslei Marcelino
O advogado-geral da UnIão, André Mendonça Imagem: Ueslei Marcelino

Colunista do UOL

14/07/2021 12h15

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Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado-geral da União, André Mendonça, tem dedicado a semana para convencer os senadores de que sua bagagem jurídica dará conta da missão que lhe foi confiada. Uma vez na Corte, ele promete não misturar a vida pública com o fato de ser pastor de uma igreja evangélica.

"A Bíblia no Supremo é a Constituição", disse Mendonça à coluna. "É uma missão, quase um sacerdócio servir ao país no Supremo, tendo como base a Constituição. Serão muitos desafios", completou.

Desde que teve o nome anunciado por Bolsonaro, na terça-feira (13), Mendonça conversou com sete dos onze ministros do STF. Nesta quinta-feira (15), pretende procurar outros futuros colegas. Mendonça é querido no Supremo: os ministros gostam dele no trato pessoal e também respeitam suas posições jurídicas.

Mendonça também está se desdobrando para conversar com os senadores. Até a próxima semana, pretende falar com todos. A expectativa é que ele seja sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) entre os dez primeiros dias de agosto. Em seguida, terá o nome submetido a votação na CCJ e no plenário do Senado.

A oposição tem prometido dificultar a vida de Mendonça. No entanto, mesmo os mais ferrenhos adversários de Bolsonaro acreditam na aprovação do candidato.

Um dos principais desafios será a conversa que Mendonça terá com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, que não poupa ataques ao governo. O advogado-geral está tentando agendar a reunião para esta semana, mas os trabalhos da CPI têm preenchido a agenda de Renan. O mais provável é que o encontro fique para a próxima semana.

Mesmo com a agenda corrida, Mendonça deve fazer uma curta viagem em família nos próximos dias. Não terá tempo para participar de cultos na igreja que frequenta em Brasília, ao menos por enquanto.

Enquanto isso, Bolsonaro não tem ideia de quem ficará no lugar de Mendonça na AGU (Advocacia-Geral da União). O cargo é estratégico para o governo, especialmente na defesa de temas caros ao governo perante o STF. Foi cumprindo essa função que Mendonça conseguiu um passe para o STF.