Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Bolsonaro atira pedras, STF responde com bombardeio
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A cada pedra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) arremessa contra o STF (Supremo Tribunal Federal), recebe de volta um bombardeio. Há dias o presidente ameaça apresentar ao Senado um pedido de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Ainda não tomou essa atitude. E, mesmo que faça isso, a chance de dar em nada é grande.
Enquanto isso, Barroso e Moraes tomaram atitudes concretas em resposta aos ataques do presidente, com repercussão na área criminal. Barroso abriu inquérito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para apurar discursos de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e Moraes incluiu o presidente no inquérito das fake news, que tramita no Supremo.
Na semana passada, Moraes mandou prender o presidente do PTB, Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro que ameaçou ministros do STF. Nesta sexta-feira (20), ordenou operação de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis, apoiador do presidente que convocou greve geral dos caminhoneiros para protestar contra os ministros do STF.
Na quinta-feira (19), Bolsonaro tentou mais uma ofensiva - novamente, sem chance alguma de ter consequência prática. Ele entrou com uma ação no STF para impedir o tribunal de abrir inquérito por iniciativa própria, sem o aval da PGR (Procuradoria-Geral da República). O inquérito das fake news, que mira Bolsonaro e aliados, foi aberto dessa forma.
A ação proposta pelo presidente será julgada pelo próprio Supremo. No tribunal, os ministros já declararam em plenário apoio unânime ao inquérito das fake news - ainda que ele tenha sido instaurado de forma atípica. Para integrantes do Supremo, é importante haver inquéritos abertos para proteger a democracia de ataques.
Além do inquérito das fake news, outra investigação cumpre esse papel: um inquérito, comandado também por Moraes, para investigar a atuação de milícias digitais contra o sistema eleitoral e instituições democráticas. Aliados de Bolsonaro também estão na mira dessa apuração.
Sem o apoio nem mesmo da AGU (Advocacia-Geral da União), Bolsonaro insiste na apresentação dos pedidos de impeachment contra os ministros do STF. Os parlamentares já preparam a gaveta para arquivar o caso. O ato do presidente, se levado adiante, será isolado no governo. Com isso, Bolsonaro alcançará dois objetivos: dar satisfação à militância e se distanciar ainda mais do diálogo com o Judiciário.
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