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Antes das ruas, campanhas de Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro ganham tribunais
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As campanhas ainda não ganharam as ruas oficialmente, mas o clima já é de disputa eleitoral no Judiciário. A movimentação desta sexta-feira (28) mostra que os tribunais são capazes de produzir munição para os candidatos alvejarem seus oponentes ao longo deste ano. Até agora, Jair Bolsonaro, Sergio Moro e Ciro Gomes estão na desvantagem. Assim como nas pesquisas de opinião, Luiz Inácio Lula da Silva tem se saído melhor perante os juízes. Certamente vai usar as vitórias na campanha.
Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que Bolsonaro prestasse depoimento na superintendência da Polícia Federal de Brasília, para instruir o inquérito sobre vazamento de inquérito sigiloso do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em uma live do presidente. Bolsonaro disse a pessoas próximas que não compareceria.
O fato de responder a uma investigação judicial que avança pode afetar a imagem do presidente na campanha, independentemente de prestar ou não depoimento. A opção de não comparecer à PF pode ser vista como jogada eleitoral. Ao peitar o Judiciário, Bolsonaro reafirma para a militância que não se submeterá aos ministros do STF, que ele costuma classificar de arbitrários.
Terceiro colocado nas pesquisas de opinião, Moro tenta reverter a suspeita lançada sobre ele pelo TCU (Tribunal de Contas da União) - que não integra o Judiciário, mas pode dar subsídio para eventual ação judicial. O tribunal pediu para o ex-juiz dizer quanto recebeu de uma consultoria dos Estados Unidos quando deixou o Ministério da Justiça.
A suspeita é que houve conflito de interesses, porque o escritório atendia empreiteiras investigadas pela Lava Jato, que Moro conduziu em Curitiba quando era juiz. Moro prometeu vir a público nesta sexta-feira para revelar a quantia e esclarecer os fatos. A depender da explicação, o caso pode ser transformado em ação judicial - e, claro, afetar a campanha do ex-juiz.
Ciro Gomes, que aparece empatado com Moro nas pesquisas, sofreu revés judicial em dezembro, quando foi alvo de busca e apreensão da PF. A investigação é sobre possíveis desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013. Ciro se defendeu dizendo que a operação tinha o único objetivo de enfraquecer sua campanha, já que os fatos são antigos.
Enquanto isso, Lula coleciona vitórias no Judiciário. No ano passado, o STF anulou condenações impostas a ele por Moro na Lava Jato. O petista ficou liberado para disputar as eleições. Hoje, o ex-presidente teve outra boa notícia: a Justiça do Distrito Federal arquivou o processo do triplex do Guarujá.
Não se pode dizer que a movimentação do Judiciário influenciará diretamente nas urnas neste ano. Mas certamente as decisões continuarão servindo de arma para os candidatos - seja no ataque, seja na defesa.
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