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Ministros do TSE abandonam iFood e jantam juntos toda terça
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O ministro Edson Fachin mudou a rotina dos colegas quando assumiu o comando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em fevereiro — ao menos no que diz respeito à refeição. Toda terça-feira, quando a sessão de julgamentos é realizada à noite, os ministros se reúnem em uma mesa redonda instalada na sala contígua ao plenário para jantar juntos. Antes de Fachin assumir a presidência do tribunal, cada um pedia sua própria comida no iFood.
O hábito de jantar juntos no intervalo ou ao fim das sessões, a depender da duração dos julgamentos, vinha de anos atrás no TSE. Quando a ministra Rosa Weber tornou-se presidente, em agosto de 2018, resolveu interromper esse costume. A partir de então, era cada um por si. Os ministros passaram a pedir lanche para comer dentro do próprio gabinete - ou, eventualmente, junto com os colegas à mesa.
Fachin decidiu retomar o hábito das refeições conjuntas como estratégia para unir a Corte. A hora do jantar é a única chance que os ministros têm, longe das câmeras de TV, de debater questões jurídicas, processos que serão julgados — ou, ainda, bater papo informalmente. Na gestão de Rosa Weber, segundo ministros revelaram reservadamente à coluna, o diálogo entre eles era mais raro.
A mesa de refeições rodeada de ministros é tradição não apenas no TSE, mas em outras cortes de Brasília. No STF (Supremo Tribunal Federal), os ministros lancham juntos todas as terças, quartas e quintas-feiras, à tarde, no intervalo das sessões presenciais das turmas e do plenário. É o palco para conversas jurídicas e amenas.
Em maio de 2020, quando tomou posse na presidência do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso não teve a chance de pensar em retomar as refeições conjuntas. Era o auge da pandemia e o tribunal estava funcionando de forma remota, com julgamentos online. O período foi de pouco diálogo presencial entre os ministros nas cortes de Brasília.
Mesmo com a saída de Fachin do cargo, as refeições devem continuar sendo servidas no TSE. No dia 16, Alexandre de Moraes assume a presidência com a promessa de combater fake news, punir o discurso de ódio com o rigor da lei — e, ao fim das sessões, debater tudo com os colegas na mesa de jantar.
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