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Carolina Brígido

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mesmo com críticas, ministros do STF ainda apoiam Moraes - mas, até quando?

O ministro Alexandre de Moraes, integrantes do STF e presidente do TSE - Alexandre de Moraes assume o comando do TSE em meio às eleições e após anos de tensão com Jair Bolsonaro e seus aliados. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, integrantes do STF e presidente do TSE Imagem: Alexandre de Moraes assume o comando do TSE em meio às eleições e após anos de tensão com Jair Bolsonaro e seus aliados. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Colunista do UOL

25/08/2022 17h34

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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de determinar busca e apreensão em endereços ligados a empresários bolsonaristas rendeu uma avalanche de críticas. Se antes os ataques vinham majoritariamente do reduto do presidente Jair Bolsonaro, dessa vez o leque foi mais abrangente.

Até mesmo a imprensa, que vinha apoiando as medidas tomadas por Moraes nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, reagiu de forma diferente. Os jornais Folha de S. Paulo e Estadão publicaram editoriais duros, com críticas à decisão.

Enquanto isso, ministros do STF seguem na mesma toada: depositam total apoio ao colega. Na semana passada, o presidente da Corte, Luiz Fux, saiu em defesa de Moraes em um evento. Disso que o inquérito das fake news está "em ótimas mãos". Ontem, em entrevista à GloboNews, Fux mostrou novamente que está no time de Moraes: "Sempre age com firmeza", declarou.

Entre ministros do STF, reina a máxima de que, às vésperas das eleições, com Moraes no comando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a prioridade é legitimar suas decisões. O objetivo é ter um Judiciário coeso e firme no combate às fake news e atos antidemocráticos em um momento de ataques constantes de Bolsonaro e aliados.

E depois das eleições?

Seja quem for o vitorioso nas urnas, a análise de integrantes do STF é que a postura do Judiciário deve ser diferente. Seria preciso distensionar a relação do tribunal com o Palácio do Planalto e outras instituições. O caminho para a pacificação passaria por encerrar os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos. Ou, ao menos, diminuir a intensidade das apurações.

A mudança de rumos estaria nas mãos de Moraes, que conduz as apurações. Até agora, ele não deu sinais de que pretende agir de forma diferente no futuro.