Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Ministros do STF não acreditam que ameaças de Bolsonaro sejam concretizadas
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) não acreditam que a proposta defendida por Bolsonaro de aumentar o número de integrantes da corte de 11 para 16 tenha condições políticas de ser concretizada. Eles consideram que a nova composição do Congresso Nacional é surpreendente, por ter sido eleita uma bancada conservadora e aliada a Bolsonaro. No entanto, na avaliação desse grupo de ministros ouvidos pela coluna, os novos parlamentares não intimidam o Supremo.
Em caráter reservado, ministros avaliam que a subida de tom de Bolsonaro nos últimos dias não surpreende. A expectativa já era que o presidente fizesse isso ao longo da campanha.
Na reta final do primeiro turno, Bolsonaro chegou a arrefecer as críticas ao STF. A avaliação de ministros agora é que, com o acirramento ainda maior na disputa do segundo turno, é esperado que o presidente retome os ataques ao STF para, dessa forma, conversar mais diretamente com a militância que o apoia.
Se a ideia de Bolsonaro de aumentar o número de ministros da corte seguisse adiante, o poder de cada ministro ficaria mais diluído. Além disso, se o presidente for reeleito, poderia escolher mais seis ministros, chegando a oito o número de indicados por ele, o que daria maioria em votações no plenário.
No meio político e até em parte do meio jurídico, a preocupação é que, se Bolsonaro for reeleito e tiver maioria no Congresso, como mostraram as urnas no dia 2, seria mais fácil aprovar medidas para acuar o STF.
Além do aumento de integrantes da corte, outro risco seria eventual abertura de processo de impeachment no Senado contra ministros - em especial, Alexandre de Moraes - apontado por Bolsonaro como seu principal oponente no Judiciário. No STF, Moraes é relator de inquéritos que miram o presidente e seus aliados, além de comandar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No STF, a avaliação é que ambas as hipóteses não seriam aprovadas no Congresso. Especialmente no caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, como indicam as pesquisas. A nova maioria do presidente no Congresso poderia virar, porque Lula poderia fazer alianças com os partidos de centro que hoje estão com Bolsonaro. Nos dois governos do petista, a relação entre o governo e o Judiciário era harmônica - claro, em comparação aos constantes atritos vistos durante a gestão atual.
Outro fator que frearia eventuais ataques do Congresso contra o Supremo é a boa relação que Moraes tem com o meio político. Para ministros da corte, o Congresso não se voltaria contra ele em eventual processo de impeachment.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.