Topo

Carolina Brígido

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

PT teme que ação de PL contra resultado das urnas atrapalhe transição

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva -                                 AGêNCIA BRASIL
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva Imagem: AGêNCIA BRASIL

Colunista do UOL

23/11/2022 10h07

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Integrantes do PT temem que ação movida pelo PL no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o resultado das urnas atrapalhe o andamento da transição entre o governo atual e o eleito. Em caráter reservado, fontes do partido de Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que o processo, ainda que tenha pouca perspectiva de avançar juridicamente, possa trazer instabilidade nas atividades da transição.

A estratégia do PT será primeiro aguardar que o PL de Jair Bolsonaro responda à exigência do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, para depois fazer qualquer manifestação formal no processo. Em despacho divulgado pouco depois de receber a ação, Moraes pediu que o PL amplie o pedido de investigação para o primeiro turno, já que as urnas eletrônicas usadas no segundo turno foram as mesmas.

É pouco provável que o partido de Bolsonaro atenda ao pedido de Moraes, já que o PL elegeu em 2 de outubro a maior bancada da Câmara dos Deputados. Questionar a legitimidade do primeiro turno seria, portanto, um tiro no pé. O ministro afirmou no despacho que, se o partido não cumprir a exigência, a ação seria arquivada. Portanto, a chance maior é de o PT não precisar se manifestar nos autos.

Para fontes do partido de Lula, embora não tenha fôlego jurídico, o processo reacende o tensionamento decorrente de movimentos golpistas espalhados pelo país. Segundo fontes da PGR (Procuradoria-Geral da República), grupos extremistas de direita têm aumentado em quantidade e a postura deles tem sido mais incisiva, o que preocupa as autoridades - em especial, na segurança da posse de Lula, marcada para 1º de janeiro.