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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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Anunciado por Lula, Mauro Vieira encontrará resistência no Itamaraty

Mauro Vieira, futuro ministro das Relações Exteriores - Alan Marques/ Folhapress
Mauro Vieira, futuro ministro das Relações Exteriores Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Colunista do UOL

09/12/2022 13h08

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Anunciado nesta sexta-feira (9) por Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Itamaraty, Mauro Vieira encontrará resistência até mesmo de diplomatas aliados do presidente eleito. Apesar de ter sido chanceler na gestão de Dilma Rousseff, Vieira é apontado como padrinho de Ernesto Araújo, que comandou o Ministério das Relações Exteriores no governo Jair Bolsonaro.

Ernesto Araújo foi subchefe de gabinete de Mauro Vieira no governo Dilma. Vieira também levou Araújo para ser seu número dois quando foi embaixador em Washington. Segundo fontes do Itamaraty, Vieira apadrinhou a promoção de Araújo a embaixador, já no governo Michel Temer.

Mauro Vieira também tem restrições na ala petista do Itamaraty porque, quando Dilma Rousseff sofreu impeachment, em 2016, ele teria dito a diplomatas que a presidente não tinha sofrido injustiça no processo. Internamente, é visto como traidor do governo que integrava.

Ao longo das últimas semanas, diante das chances de Vieira assumir o Itamaraty, começou a circular entre os diplomatas uma planilha com o percentual de mulheres durante a gestão dele: 17,7%, o menor desde 2000. Uma ala de diplomatas apoiadores de Lula ficou frustrada, porque defendia a nomeação de uma mulher para comandar o Ministério das Relações Exteriores.

Entre as cotadas estava embaixadora Maria Laura Rocha, que foi chefe de gabinete de Celso Amorim e, no governo Fernando Henrique, foi chefe de gabinete do embaixador Ronaldo Sardenberg no Ministério da Ciência e Tecnologia. Também foi embaixadora na Unesco, nomeada por Lula, depois embaixadora junto à FAO, nomeada por Dilma.

O Itamaraty é uma das prioridades do próximo governo, diante da necessidade de recuperar a imagem do Brasil na comunidade internacional.