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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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TCU adia pente-fino em presentes de Bolsonaro em caso conduzido por aliado

Pacote de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita na gestão Bolsonaro - Ueslei Marcelino/Reuters e Reprodução
Pacote de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita na gestão Bolsonaro Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters e Reprodução

Colunista do UOL

10/07/2023 04h00

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O TCU (Tribunal de Contas da União) adiou a conclusão da auditoria em presentes recebidos por Jair Bolsonaro quando era presidente da República, de 2019 a 2022. A previsão inicial era de término do pente-fino em junho. Depois, passou para julho. Agora, não há mais data provável para isso acontecer.

O caso é conduzido pelo ministro Augusto Nardes, considerado aliado político de Bolsonaro. Segundo fontes do tribunal, houve dificuldade para se intimar o ex-presidente e isso atrasou o procedimento.

A auditoria foi instaurada para verificar se há indício de cometimento de alguma outra irregularidade, a exemplo das joias recebidas da Arábia Saudita.

A fiscalização foi anunciada em 22 de março e tinha prazo até 20 de junho para ser concluída. No entanto, o Itamaraty e a Casa Civil pediram mais 15 dias úteis de prazo para prestar as informações solicitadas pelo TCU. Com isso, o fim da auditoria foi adiado para julho. Fontes do tribunal consideram pouco provável que o prazo seja cumprido.

Caso seja encontrada alguma irregularidade nos presentes recebidos, o TCU pode compartilhar provas com outros órgãos de fiscalização, como a Polícia Federal e o Ministério Público, para instruir eventuais novos processos judiciais contra o ex-presidente.

Em março, o TCU mandou Bolsonaro devolver as joias para a Presidência da República. A defesa do ex-presidente cumpriu a ordem dias depois. No entanto, como revelou a coluna, entraves burocráticos impediram que as joias fossem incorporados com patrimônio público até hoje.