Carolina Brígido

Carolina Brígido

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

STF e PF consideram grave Abin paralela, mas minimizam conteúdo de dossiês

Embora considerem grave o uso da máquina pública para produzir dossiês e espionar autoridades, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e investigadores da Polícia Federal concordam que a chamada Abin paralela não encontrou informação relevante que pudesse comprometer os espionados.

Nos bastidores, ministros do Supremo não se comoveram com o conteúdo dos dossiês. Consideram, no entanto, um ato de ousadia o uso da estrutura pública para espionar autoridades e pessoas públicas.

Ao analisar mensagens em que membros da Abin paralela tentam vincular Luís Roberto Barroso e Luiz Fux a benefício concedido ao Itaú, a PF afirma no relatório:

"A difusão de informações falsas diretamente vinculadas a ministro da Suprema Corte e seus familiares era intencionalmente difundida no grupo nominado (?) como "grupo dos malucos", destacando a plena ciência dos interlocutores da desarrazoada desinformação produzida", concluem os investigadores.

"A circunstância ressalta que os investigados tinham a plena ciência de suas ações em especial a produção de desinformação sem qualquer lastro com a realidade com subsequente respectiva difusão de desinformação seja por meio dos vetores de propagação cooptados, seja em grupos de rede social materializando o ataque, neste evento, ao Poder Judiciário", afirma o relatório.

"Noutros termos, os investigados tinham plena ciência da ausência de fidedignidade da informação com a realidade", diz o documento da PF.

Os investigadores, no entanto, ressaltam: "Salienta-se por oportuno que apesar de se tratar de associações esdrúxulas, sem qualquer fundamento lógico, a ausência de processo cognitivo na execução das ações clandestinas, não tem o condão de desqualificar a potencialidade ofensiva da desinformação gerada".

Ainda que não tenha recomendado a prisão de integrantes da Abin paralela, a PGR enfatizou "a gravidade das condutas praticadas". Mas para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, bastaria aplicar medidas cautelares restritivas aos investigados - como proibição de se ausentar do país e monitoramento eletrônico.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes