De que "paz social" Villas Bôas está falando?
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Fora o teor de turbulência institucional contido no tuíte do general Eduardo Villas Bôas sobre o julgamento do STF quanto à admissibilidade de prisão em segunda instância, a postagem é inoportuna por outro motivo. Fala que "é preciso manter a energia que nos move em direção à paz social" justamente no momento em que o IBGE divulga pesquisa destacando o aumento na concentração de renda no país.
Como foi amplamente noticiado, o levantamento mostrou que 1% dos brasileiros tem salário médio de R$ 27.744, o que corresponde a quase 34 vezes os R$ 820 que metade da população do país recebe. O índice de Gini, referência para medir a desigualdade econômica, mostra que os ricos vão ficando cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres.
Se somarmos a isso os 12 milhões de desempregados que perambulam pelo Brasil em busca de ocupação e a informação de que seis em cada dez empresas criadas em 2012 fecharam as portas, é o caso de perguntar: de que "paz social" o general está falando?
Difícil imaginar que os sem emprego ou os sub-remunerados que a pesquisa do IBGE destacou estejam pacificados diante das dificuldades para suprir necessidades básicas do cotidiano, sem qualquer perspectiva de melhora.
É certo que não há sinal de revolta na sociedade. Talvez porque a população ainda mantenha a esperança de que os integrantes do governo do qual Villas Bôas faz parte (é assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) arregacem as mangas para trabalhar e não para criar uma "eventual convulsão" pelas redes sociais.
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