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Chico Alves

Ameaçado de cassação inédita, deputado não se arrepende de gravar colegas

Deputado Daniel Silveira (PSL - RJ) - Plinio Xavier/Câmara dos Deputados
Deputado Daniel Silveira (PSL - RJ) Imagem: Plinio Xavier/Câmara dos Deputados

Colunista do UOL

18/10/2019 18h39

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A briga interna do PSL resultou em mais um momento inacreditável: em reunião realizada hoje, dirigentes da legenda resolveram representar no Conselho de Ética contra o deputado Daniel Silveira (RJ), de sua própria bancada. Silveira gravou a reunião de seus colegas de partido na qual o deputado Delegado Waldir (GO) anunciou que iria "implodir" o presidente e chamou-o de "vagabundo".

É a primeira vez que uma legenda tenta tirar o mandato de um de seus próprios integrantes. A acusação é de quebra do decoro parlamentar.
Silveira diz não temer a representação. "Não cabe cassação. Podem pedir por qualquer coisa, até porque falei que menino veste azul e menina veste rosa. O problema é caber", diz o deputado.

O parlamentar fluminense acredita que seus acusadores estão em "conluio" contra ele: "Foram gravados várias vezes, eles mesmos já gravaram conversas. Quando atende a interesses deles, tudo bem. Mas quando é para f* a República ou acabar com o presidente, aí não pode gravar?" Silveira duvida da cassação, mas se acontecer diz que volta ao Congresso. "Se cassarem meu mandato eu vou ser eleito de novo", afirma.

Ele reconhece que o relacionamento com seus colegas de bancada ficou difícil após o episódio da gravação da reunião. " Vão jogar piadinha, mas eu c* e ando. Eu nunca faria isso em momento nenhum, mas é uma situação extrema. Vai fazer uma reunião danosa à República, claro que vou gravar. E gravaria filmando ainda, se pudesse", garante.

"Quando você vê um grupo dizendo que vai implodir o presidente, no momento em que o Brasil está buscando um governo sério, tinha que fazer alguma coisa", explica Silveira. "Tem um bando de deputados querendo atender a seus interesses. Se for para isso não quero nem ser deputado, tanto faz essa m*".