Pai de Eduardo Cunha também foi preso por causa de política, diz biografia
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Preso há três anos por conta das investigações da Operação Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha não foi o único da família a ser mandado para o xilindró por causa da política. O pai, Elcy Teixeira da Cunha, também foi trancafiado, em novembro de 1965, em Vitória, Espírito Santo. Um ano após a instauração da Ditadura Militar, Elcy se fez passar por mensageiro secreto da cúpula do Exército. Tentou convencer deputados estaduais a desistirem da cassação do governador capixaba e foi acusado de falsidade ideológica.
Histórias como essa estão no livro "Deus tenha misericórdia dessa nação, a biografia não autorizada de Eduardo Cunha", dos jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otavio, que chega agora às livrarias, editado pela Record.
Os autores contam detalhes da ascensão e da queda do ex-presidente da Câmara, um dos principais personagens do jogo político que resultou no impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A trajetória de Cunha, mesmo marcada por acusações de corrupção, parecia destinada ao sucesso. No momento em que desfrutava de maior poder, como presidente da Câmara e avalista do impeachment, teve sua escalada interrompida pela Lava Jato, o mandato cassado e foi mandado para a cadeia, onde está até hoje. Foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Conhecido pela frieza com que trata mesmo os assuntos delicados, Cunha manteve essa característica no momento mais dramático de sua carreira política, revela o livro.
Na manhã de 19 de outubro de 2016, no apartamento funcional, em Brasília, ele tratava de assuntos triviais com o prefeito de Itaboraí (RJ), Helil Cardozo, quando soube que seria preso. Um telefonema do Rio informou que policiais federais estavam em sua casa. O prefeito de Itaboraí tentou sair para deixá-lo à vontade em momento tão constrangedor, mas foi impedido.
A descrição dos autores do que aconteceu a seguir, dá uma boa ideia da personalidade do biografado: "Cunha continuou ligando e tentando fechar a agenda, como se nada tivesse acontecido. Só depois de resolver o assunto foi cuidar do problema mais urgente: sua prisão. Fez ligações, vestiu-se — um terno cinza, gravata azul, sobre uma camisa social, azul-claro — e desceu no início da tarde para a portaria. O semblante, embora fechado, não era diferente da cara de sempre."
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