Generais reprovam gestão de Bolsonaro, mas não acreditam em impeachment
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Tema cada vez mais discutido no país, o impeachment do presidente Jair Bolsonaro é também debatido discretamente entre os generais. Afinal, esse é o governo com maior número de militares nos primeiros escalões desde a ditadura militar (1964-1985). O próprio Bolsonaro atribuiu ao ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, um dos principais apoios para a vitória na eleição.
A coluna ouviu sete generais (cinco da reserva e dois da ativa) sobre o assunto. Todos concordam que Bolsonaro faz um mau governo, mas nenhum deles acredita que haja condições políticas para o impedimento do presidente.
Três dos generais ouvidos avaliam até que há base jurídica para o impeachment, mas argumentam que o presidente tem suporte parlamentar para se manter no cargo, ainda mais se o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) for eleito presidente da Câmara. Além disso, acreditam, o percentual de aprovação popular ainda é considerável.
Todos os oficiais ouvidos acham que, caso o processo de impeachment fosse aberto, as Forças Armadas não interfeririam. "No pessoal da reserva, sem dúvida, há uma minoria fanática que iria entrar em desespero. No pessoal da ativa, reinaria o silêncio", avalia um dos generais, muito respeitado entre seus pares.
Todos os militares entrevistados pela coluna consideram que, além de outras confusões desnecessárias, Bolsonaro faz uma péssima administração da crise causada pela pandemia. Dos sete, no entanto, três citam também fatores alheios ao governo federal como obstáculo nessa área — má gestão de governadores e prefeitos, surgimento de uma nova variante do vírus em Manaus, por exemplo.
Para a maioria dos generais que falaram à coluna, a concessão de cargos e verbas ao Centrão em troca de apoio no Congresso é um dos pontos mais decepcionantes da gestão Bolsonaro.
Segundo apuração da colunista Thaís Oyama, do UOL, o presidente teme que o vice, Hamilton Mourão, esteja articulando dentro das Forças Armadas o apoio a um eventual impeachment de Bolsonaro.
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