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Molon sobre "estado de mobilização": "Não aceitaremos projeto autoritário"
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A proposta feita hoje pelo líder do PSL na Câmara dos Deputados, Major Vítor Hugo, pedindo urgência na votação do projeto que cria o "estado de mobilização nacional" foi rejeitada no colégio de líderes. O texto dá ao presidente da República poderes de requisitar bens e serviços públicos e privados e controlar as polícias estaduais. O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), criticou a iniciativa. "Tudo aponta para um projeto autoritário e isso nós não aceitaremos", declarou Molon à coluna.
Segundo o deputado fluminense, o pedido de Vítor Hugo não teve eco. Nenhum outro líder falou a favor do projeto, Arthur Lira disse que não colocaria em pauta.
"Num momento em que o presidente vem falando em estado de defesa e estado de sítio, tentar aprovar um projeto de lei que em alguma medida cria um outra figura chamada de mobilização nacional, em que PMs teriam protagonismo, é no mínimo estranho", diz Molon.
O pretexto do projeto é o enfrentamento da pandemia, mas o colégio de líderes não aceitou esse argumento. "Considerando o comportamento do presidente, tudo aponta para um projeto autoritário, e isso nós não aceitaremos", garante o líder da oposição.
A proposta ganha relevância por ter sido feita por Vítor Hugo, que reconhecidamente é muito ligado ao presidente da República. "Bolsonaro tem insistido por diversas formas em um caminho autoritário. Diante disso, a proposta causou preocupação", explica o parlamentar do PSB.
Aumentou a apreensão o fato de essa ideia ser retomada poucos dias depois de uma onda de fake news que incitaram a insubordinação nas polícias, por causa da morte de um PM na Bahia.
"São várias peças de um quebra-cabeça que vão se encaixando. Isso mostra que é necessário que redobremos a atenção e estamos a postos aqui para resistir a qualquer tentativa dessas", diz Molon. "Não vejo ambiente no Congresso para se apoiar esse tipo de aventura".
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