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Fundador da Anvisa pede respeito à decisão da agência sobre Sputnik V
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Apesar de toda pressão em contrário, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou ontem por unanimidade o pedido para importação e uso da vacina russa Sputnik V. Um dos fundadores do órgão, o sanitarista Gonzalo Vecina Neto, aprova a decisão e pede que seja respeitada. "Se o corpo técnico não tem dados, fez o certo", disse ele à coluna.
Vecina entende a pressa do Consórcio Nordeste e de governadores como Flávio Dino (Maranhão) e Rui Costa (Bahia) pela autorização do imunizante, mas diante da falta de informações acredita que não há o que fazer. "Só será possível usar essa vacina se eles (governadores) tomarem para si a responsabilidade, não dá para colocar isso nas costas da Anvisa", afirma o sanitarista.
Ele tem opinião parecida sobre o despacho do ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal, que deu prazo de 30 dias para avaliação do medicamento. "Se o ministro determinar o uso terá que assumir a responsabilidade", reafirma.
Gozalo Vecina explica que o fabricante da Sputnik V não está apresentando os dados brutos dos quais saíram as informações que foram publicados. "O que tinha além dos dados brutos? Os russos não querem mostrar, não sei por qual motivo. Tem uma eficácia de 90%, então onde estão os dados?", questiona.
O fato de a vacina russa ter sido aprovada em 60 países não representa muito para o sanitarista, já que não há país desenvolvido em que o imunizante esteja sendo usado. Nenhuma das 32 melhores agências de vigilância do mundo, grupo do qual a Anvisa faz parte, aprovou a Sputnik V.
"Não tenho dúvida que a Anvisa está seguindo o caminho correto. O pessoal da agência é muito qualificado e a diretoria está respeitando esses especialistas", elogia Vecina.
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