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Randolfe: 'Fala de Wajngarten prova omissão de Bolsonaro, que custou vidas'
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Se começou claudicante, o depoimento de hoje do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, na CPI da Covid acabou esclarecendo ao Brasil a cronologia do oferecimento de vacinas da Pfizer ao governo, que somente muitos meses depois foi respondido a contento.
A oferta da empresa farmacêutica foi feita em carta datada do dia 12 de setembro. A primeira resposta foi dada depois que Wajngarten cobrou pessoalmente o presidente Jair Bolsonaro, em novembro. Porém, os entraves para a contratação das vacinas só foram resolvidos em fevereiro, apesar da resistência do presidente da República.
"A fala de Wajngarten completou a cronologia que prova a omissão de Bolsonaro, que custou vidas de brasileiros", disse à coluna o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão. "Foi o depoimento mais importante para esclarecer a escassez de vacinas".
Randolfe chama atenção para o fato de que na carta a Pfizer alertou em setembro que "celeridade" seria "crucial" nas negociações, já que a empresa tinha fechado acordo com o governo dos Estados Unidos para fornecimento de 100 milhões de doses da "potencial vacina", com opção para fornecer outras 500 milhões de doses, e com vários outros países. Essa demanda poderia inviabilizar novos pedidos.
Apesar do alerta, somente no dia 9 de novembro, por intervenção de Fábio Wajngarten, que foi até o gabinete de Bolsonaro, a empresa teve uma resposta à carta, que havia sido enviada ao presidente, ao vice-presidente Hamilton Mourão, aos ministros Eduardo Pazuello, Paulo Guedes e Braga Netto e ao embaixador americano no Brasil.
"Por dois meses, a Pfizer, que oferecia vacina aos brasileiros e pedia rapidez nas negociações, ficou sem resposta", assinalou Randolfe.
O senador lembrou que, depois de tanto tempo, o ministro da Saúde alegou insegurança jurídica para não fechar a compra do imunizante. "O governo deveria ter editado uma Medida Provisória para resolver o problema, mas não o fez", afirma o parlamentar.
Em janeiro, o governo editou uma MP sobre vacinas e Randolfe fez emenda ao texto para garantir segurança jurídica a essa negociação, mas foi rejeitada.
Somente em fevereiro o Congresso aprovou projeto de lei que resolveu o problema da insegurança jurídica.
"Ficou claro e flagrante que o presidente atuou contra a vacina", diz Randolfe." Além de atrasar a resposta à Pfizer, poderia ter editado uma Medida Provisória para resolver o problema jurídico em janeiro e não o fez".
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