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Bolsonaro agora envolve Exército em seu ataque às urnas eletrônicas
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Certo da impunidade, depois de tantas barbaridades cometidas em três anos de governo, Jair Bolsonaro retomou ontem em sua live semanal o ataque ao processo eleitoral brasileiro. Dessa vez, com um componente ainda mais grave: baseou a ofensiva em supostas fragilidades que o Exército teria detectado no sistema de urnas eletrônicas. Como de outras vezes, não apresentou nenhuma prova.
Começa assim a turbulência que todos esperavam que Bolsonaro iria aprontar no ano eleitoral. Dessa vez, porém, dá a entender que não estará sozinho.
"Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades", disse o presidente na live.
"Foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio. O prazo de 30 dias se esgotou no dia de hoje. Isso está nas mãos do ministro Braga Netto para tratar desse assunto".
Diante das mentiras contadas por Bolsonaro nas outras vezes que tratou de urnas eletrônicas e das provas de inviolabilidade que o sistema já deu, já se supunha que as "vulnerabilidades" seriam delírios do ocupante do Palácio do Planalto. O objetivo óbvio é contestar uma possível derrota eleitoral.
Não deu outra.
Depois da fala presidencial, o Tribunal Superior Eleitoral emitiu uma nota informando que a demanda foi enviada pelo Exército pouco antes do recesso e em breve será respondida. "Cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades", esclarece o texto. "As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido".
Mais uma vez, portanto, Bolsonaro usa mentiras para criar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Retoma assim a campanha para tentar justificar para seus fanáticos uma eventual derrota.
O dado novo é puxar as Forças Armadas para a encenação. Especialmente Braga Netto, o general da reserva que comandava o gabinete de crise quando o governo indicou cloroquina aos pacientes de covid e quando deixou faltar oxigênio nos hospitais do Amazonas. Ele também estava ao lado do presidente no ato golpista de 7 de setembro.
Como se vê, os antecedentes não são nada recomendáveis. Espera-se que o ministro da Defesa tenha recobrado o juízo e não se disponha a fazer parte do teatro grotesco que Jair Bolsonaro está armando para uma possível derrota nas urnas.
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